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Segunda-feira, 20 de maio de 2024

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QUESTÃO FUNDIÁRIA

Relatório aponta aumento de 237% na violência contra os povos indígenas

Coordenadora da pesquisa, a antropóloga Lúcia Helena Rangel observou que os problemas dos povos indígenas têm se agravado e não são resolvidos. “Há violação do direito à saúde. As populações cresceram, e suas terras não foram ampliadas. Vão para as cidades e vão perdendo direitos, inclusive o direito de ser indígena. Outra parcela é confinada, vivendo em tensão permanente”, destacou.

Foto: Reprodução

Houve aumento de 378 para 1.276 no número de vítimas

Houve aumento de 378 para 1.276 no número de vítimas

A questão fundiária, a demarcações de terras e omissão do governo fez crescer a violência indígena entre 2011 e 2012. É o que aponta o Relatório Violência contra os Povos Indígenas 2012 lançado nesta quinta-feira (27.6), em Brasília, pelo Conselho Indigenistas Missionário (CIMI).


Na categoria violência contra a pessoa, onde estão incluídas ameaças de morte, homicídios, tentativas de assassinato, racismo, lesões corporais e violência sexual, houve um aumento de 378 para 1.276 vítimas, o que representa elevação de 237% entre 2011 e 2012.

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Em relação à violência por omissão do poder público foram relatadas 106.801 vítimas, um aumento de 72% em relação ao ano anterior, com 61.988 vítimas. Os casos de violência contra o patrimônio saltaram de 99 para 125, o que representa um aumento de 26%.

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Na avaliação do presidente do Cimi, dom Erwin Kräutler, a repetição e o aumento da violência contra a população indígena podem ser atribuídos à omissão por parte dos estados na demarcação das áreas indígenas, provocando atraso no processo

“Em vez de falarmos em diminuição, lamentamos dizer que as situações se repetem e houve aumento de diversas formas de violência. O maior problema é a falta de demarcação de áreas indígenas. Não tomar providência em relação à delimitação das áreas indígenas significa escancarar as portas para qualquer tipo de invasão. Invasões que geram mortes”, disse.

Coordenadora da pesquisa, a antropóloga Lúcia Helena Rangel observou que os problemas dos povos indígenas têm se agravado e não são resolvidos. “Há violação do direito à saúde. As populações cresceram, e suas terras não foram ampliadas. Vão para as cidades e vão perdendo direitos, inclusive o direito de ser indígena. Outra parcela é confinada, vivendo em tensão permanente”, destacou.

De acordo com o relatório, os povos de Mato Grosso do Sul são os mais atingidos. Do total de 563 assassinatos constatados nos últimos 10 anos, 55%, ou 317 casos, ocorreram no Estado.
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