"Em nome da transparência e responsabilidade dos gestores públicos sobre a aplicação do nosso dinheiro, eu apoio a instalação da CPI do Fethab”. Sob a égide da transparência, o senador Pedro Taques (PDT) pediu aos deputados estaduais que apóiem os colegas Zeca Viana e Márcio Pandolfi (PDT), para investigar a destinação dos recursos do fundo.

Taques aponta negligência da União ao falar de logística de transporte

Fávaro manifesta apoio à CPI do Fethab e diz que recursos estão sendo desviados

Deputado propõe CPI para investigar destinação do Fethab

Taques disse que o cidadão mato-grossense tem se queixado da falta de informação sobre conteúdos a serem divulgados pelo Governo Estadual, como despesas, repasses e transferências de recursos financeiros, para em seguida abordar os mistérios que rondam os dados sobre o Fethab.

“Nas últimas semanas, um questionamento que tem ficado sem resposta diz respeito à aplicação dos recursos; representantes do setor produtivo acusam que os recursos do Fethab não estão sendo aplicados na recuperação de estradas e construção de casas populares”, alertou.

Após se basear em dados do Sistema Integrado de Planejamento, Contabilidade e Finanças do Governo Estadual (Fiplan), que apontam média da arrecadação anual (de 2009 a 2012), de aproximadamente R$ 600 milhões, questionou onde o Governo está aplicando o valor. “Nesse período a arrecadação cresceu 40%, entretanto, a parcela destinada à infraestrutura rodoviária cresceu apenas 3,4% em 2012 em relação ao total de 2009”, analisou Taques.

Munido de cálculos, deu continuidade a sua tese. “Nestes quatro anos temos aproximadamente R$ 2,4 bilhões de arrecadação; subtraindo o valor repassado à Secopa, “sobram” R$ 1,8 bilhão. Se hipoteticamente dividirmos esse valor para as duas áreas de finalidade do Fethab, teríamos R$ 900 milhões de investimentos para construção e recuperação de estradas, mais R$ 900 milhões para construção de casas populares”, observou o parlamentar.

Taques lembrou os empréstimos já autorizados de mais de R$ 2 bilhões que o Governo deverá executar no Programa MT Integrado, que consiste na restauração e manutenção das rodovias e revitalização de pontes de madeira, para logo em seguida disparar: “Com R$ 900 milhões é possível recuperar cerca de 1,8mil km de asfalto e com os outros R$ 900 milhões construir pelo menos 15 mil casas populares (cada uma custando R$ 60 mil), conforme tabela do Ministério das Cidades”.

Ao terminar o equacionamento socioeconômico, concluiu quer o atual governador trata com total descaso com as estradas mato-grossenses, e que apesar dos indicadores econômicos serem positivos e animadores, a infraestrutura de transportes está abandonada e carece de investimentos e melhorias.

“A situação é de calamidade. Aliás, é comum municípios mato-grossenses declararem estado de emergência pela precariedade das estradas. Produtores rurais também sofrem enormes prejuízos com perda de grãos e transporte de safras e animais inviabilizados. Além disso, dezenas de pontes caídas ou danificadas impedem até mesmo o transporte de estudantes às escolas. Sem casa, sem estradas, os transtornos à nossa população chegam a ser imensuráveis”, sentenciou o opositor.

Apelo ao Legislativo

No término de seu discurso, Pedro Taques fez um apelo ao Legislativo Estadual. “Senhores deputados, os governos passam. O que fica é o Estado, a nossa gente. O que fica é o cidadão sem estradas e moradias, sem dignidade. Eu lhes peço que assinem o requerimento que já existe na Assembleia Legislativa de Mato Grosso para a criação da CPI do Fethab. Só assim, poderemos elucidar como estão sendo aplicadas essas enormes quantias que repercutem diretamente na vida da nossa população”.

Nos derradeiros dois minutos finais, torpedeou o governador Silval Barbosa (PMDB): “Governador: o senhor precisa prestar contas! Mato Grosso merece respeito!”.