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Sábado, 27 de abril de 2024

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Frente de Apoio a Indígenas classifica Comissão Especial de “duro golpe” e prepara mobilização

Foto: AJINDO / Reprodução

Lideranças chegam a Brasília para a Mobilização Nacional em Defesa dos Territórios Indígenas

Lideranças chegam a Brasília para a Mobilização Nacional em Defesa dos Territórios Indígenas

Perto de comemorar seu dia, no próximo 19 de abril, os povos indígenas não poupam críticas ao presidente da Câmara Federal, deputado Henrique Alves (PMDB-RN), de ter assinado ato de criação da Comissão Especial encarregada de oferecer um parecer à Proposta de Emenda à Constituição (PEC 215/2000), que transfere do Executivo para o Legislativo a competência pela demarcação de terras tradicionalmente ocupadas pelos povos indígenas.

O coordenador da Frente Parlamentar de Apoio aos Povos Indígenas, deputado Padre Ton (PT-RO), não apenas lamenta a decisão de Henrique Alves, mas afirma que o líder de seu partido na Câmara, deputado José Guimarães (CE), também subscreveu o Requerimento 7454, de 9 de abril último, de autoria do deputado Nilson Leitão (PSDB-MT), pedindo a instalação da Comissão Especial.

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“O líder Guimarães não poderia fazer isso com os mais de 50 petistas que integram a Frente, determinados a evitar que as terras indígenas sejam postas definitivamente no mercado fundiário, atendendo interesses dos deputados ruralistas. Reconheço as atribuições do líder e compromisso que possa decorrer dessa condição com os demais partidos, mas deveria ter havido diálogo com a Frente antes de uma decisão dessa”, reclama Padre Ton, que receberá cerca de 600 lideranças indígenas que chegam a Brasília nesta semana para a Mobilização Nacional em Defesa dos Territórios Indígenas, que ocorre na terça-feira (16.4).

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Para Padre Tom, que chegou a ser cogitado para a presidência da Comissão de Direitos Humanos – que foi entregue pelo PT à bancada evangélica comandada por Marco Feliciano (PSC-SP) – a criação da Comissão Especial próxima ao Dia do Índio “é um presente de grego”. Ele afirma, no entanto, que a Frente de Apoio aos Indígenas continuará atuando para evitar que a PEC 215 chegue ao Plenário.

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“A Frente e o movimento indígena consideram a PEC 215 inconstitucional, por isso vamos agir para impedir sua votação. A correlação de forças é desigual, o governo não se manifesta, mas continuaremos lutando para que a competência pela demarcação das terras indígenas continue com o Executivo. Para nós está muito claro que a bancada ruralista quer avançar sobre as terras indígenas”, diz o deputado.

A criação da Comissão Especial estava pendente desde abril do ano passado. A Frente teve sucesso em impedir a criação da Comissão durante a gestão do presidente Marco Maia (PT-RS), que negou diversos requerimentos de deputados ruralistas pedindo a instalação ou colocação da PEC 215 em votação no Plenário.
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