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Quarta-feira, 15 de maio de 2024

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Chineses vendem caranha do Araguaia como ‘Pacu Vermelho’ no mercado internacional

Foto: Manoel Padilha

Chineses vendem caranha do Araguaia como ‘Pacu Vermelho’ no mercado internacional
A caranha, espécie de peixe originária dos rios das bacias do Araguaia e Tocantins, que chegam a atingir até 20 quilos, já estão sendo vendidos pelos chineses no mercado internacional como ‘pacu vermelho’. A verificação foi feita pelo diretor técnico da Associação de Aquicultores de Mato Grosso (Aquamat), Fernando das Chagas de Medeiros, em visita a maior feira de piscicultura do mundo, a European Seafood Exposition, sediada no Brussels Exhibition & Conference Centre em Bruxelas, Bélgica, entre os dias 23 e 25 de abril de 2013.


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A feira contou com a participação de 140 países e foi visitada por um público estimado em 25 mil pessoas, o que comprova a força econômica movida pela piscicultura. Para Francisco, isso é reflexo da importância da economia gerada pelo negócio. “Quando eu vi os chineses vendendo um peixe nativo tropical, eu me lembrei dos aspectos positivos que Mato Grosso possui e que nos possibilita se equiparar aos maiores produtores mundiais”, analisou Medeiros.

O diretor técnico enumera as três principais características do estado, que o coloca como o mais competitivo do País nesta área. “Temperatura ideal para produção de peixes nativos tropicais como pacu, pintado, tambaqui e matrinchã; recursos hídricos – MT é o único estado do País a registrar em seu território a ocorrência de três bacias hidrográficas (Paraguai, Araguaia/Tocantins e Amazônica); e a disponibilidade de grãos – soja e milho -, para produção de ração destinada à alimentação dos peixes”, destaca Medeiros.

Contudo, este potencial não é aproveitado, e a burocracia imposta pelo governo federal, por meio do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) aos produtores, faz com que a prática da piscicultura no estado seja deficiente, descorre Francisco de Medeiros. “Existem pedidos de Cessão de Uso de Águas Públicas que estão pendentes para análise no MPA desde 2008”.

Esse engessamento interfere na economia relacionada à prática. Dados oficiais mostram que a produção no estado em 2012 foi de 45 mil toneladas. Só o Lago do Manso tem capacidade anual de produção de 30 mil toneladas. Em 2010, o Brasil produziu 450 mil toneladas. No mesmo ano, a China produziu 37 milhões de toneladas.

A morosidade da burocracia administrativa brasileira emperra o exercício de pequenos produtores como Maria da Glória Bezerra Chaves, que trabalha no ramo há 18 anos e tem uma propriedade de 4,3 hectares de lâmina d’água. “Além da barreira imposta pelas licenças ambientais, enfrentamos o problema de não termos frigoríficos que comprem nosso peixe para processar e vender ao consumidor final”.

Para contornar a atual realidade, Francisco de Medeiros espera conseguir reverter a mentalidade das autoridades, por meio da sensibilização da sociedade. “É preciso que ocorra uma mudança de mentalidade dos que estão no poder, só assim nos tornaremos competitivos”, finaliza.
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