As ações promovidas pelo Banco central da China têm avançado cada vez mais em direção de um reforma financeira nos moldes do que preconiza o sistema capitalista. Nesta sexta-feira (20), mais uma modificação confirmará a realidade vigente, quando o governo colocar em prática as aguardadas reformas nas taxas de juros. A medida é parte de um conjunto de ações visa fazer reformas que tem por propósito reequilibrar a segunda maior economia do mundo.

Observadores dão como certo o reflexo imediato desta medida em países como o Brasil, que mantém ligações econômicas e comerciais estreitas com a 2ª maior economia do mundo. Em Mato Grosso, estado que tem economia quase que 100% dependente da produção agrícola, será um dos mais afetados, tendo em vista que a China é o maior comprador de commodities produzidas na unidade federativa.

Nenhum grupo que mantem relações comerciais com os chineses se pronunciou sobre a medida. Procurado pelo Agro Olhar, um investidor observou ainda é muito cedo para fazer qualquer análise de como o mercado irá se comportar. "posso adiantar que é certo que sofreremos impacto a médio e longo prazo, mas nada que deva alarmar de forma negativa o mercado interno", argumentou.

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"Esse é um grande avanço nas reformas financeiras. Anteriormente, as pessoas tinham pensado que o banco central iria apenas diminuir gradualmente o piso das taxas de empréstimo. Agora, eles eliminaram o piso de uma vez por todas", disse o economista sênior do Centro da China para Transações Econômicas Internacionais, Wang Jun.

Analistas prevêem que com a eliminação dos controles sobre as taxas, os bancos poderão reduzir as taxas o quanto eles considerarem que seja adequado para atrair os tomadores de empréstimos. De acordo com material divulgado pela Reuters, a ação do governo chinês busca deixar nas mãos do mercado a condução da precificação do crédito.

“Desta forma - com a remoção do piso sobre as taxas de empréstimo para bancos comerciais -, conseguiremos reduzir os custos financeiros para as empresas”, explica Wang Jun.

A medida entra em vigor neste sábado (20) e provavelmente irá reduzir os custos de empréstimo para as empresas e pessoas físicas. A nova medida deve colocar uma pá de cal sobre prática que muitos analistas disseram ter sido custos de empréstimos, artificialmente altos, que beneficiavam exclusivamente os grandes credores do Estado.

Tudo isso à custa de empresas privadas.

Por outro lado...

Contudo, a medida não eliminou o teto existente para as taxas de depósito, atualmente em 110 % das taxas referenciais. Economistas entendem que esta será a medida mais importante que Pequim eventualmente precisará tomar na liberalização de seu regime de taxa de juros.

"A reforma desta vez não expande a margem de flutuação nas taxas de depósito. A principal consideração é que as reformas das taxas de depósito serão mais profundas e irão necessitar de condições maiores", informou o banco central em comunicado.