As exportações de carne bovina in natura para os Estados Unidos devem iniciar em 90 dias, após finalização dos trâmites administrativos realizados pelas autoridades dos Ministérios da Agricultura e Pecuária do Brasil e do país norte-americano. As negociações entre os dois países para carne fresca e congelada ocorrem há 15 anos. A expectativa diante o acordo sanitário é aumentar em até US$ 900 milhões os embarques de carne fresca e congelada.
A informação é do ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, que encerra nesta sexta-feira, 29 de julho, uma missão aos Estados Unidos para a abertura de mercado para a carne bovina brasileira.
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Na última quinta-feira, 28 de julho, Maggi e representantes do Ministério brasileiro e da classe empresarial participaram do IX Comitê Consultivo Agrícola entre Brasil e Estados Unidos. A reunião ocorreu em Washington e na ocasião discutiu-se temas de interesse bilateral da agricultura.
No encontro em Washington os dois países comunicaram, ainda, a conclusão dos procedimentos técnicos para a abertura dos mercados brasileiros e norte-americano de carne “in natura”.
As avaliações do reconhecimento do controle oficial de ambos sistemas de inspeção foram concluídas pelos serviços sanitários dos dois países. Ficou acertada a modalidade de habilitação “pré-listing”, onde tanto o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) quanto o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) poderão indicar lista de estabelecimentos para a exportação. Entretanto, poderão embarcar carne bovina apenas os frigoríficos que estiverem com todos os requisitos estabelecidos na certificação acordada entre os dois países.
No início deste mês técnicos do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) seguiram para os Estados Unidos para viabilizar o acordo de compra e venda de carne bovina in natura desossada entre os dois países.
O Brasil, conforme o Ministério, já exporta carne bovina industrializada para os Estados Unidos. Somente em 2015 foram US$ 286,8 milhões. O foco agora das negociações é a abertura de portos para carne fresca e congelada.
Fiscais
Uma das exigências do mercado exterior, em especial dos Estados Unidos, é a presença de fiscais agropecuários dentro dos frigoríficos. Uma das preocupações dos frigoríficos brasileiros é quanto o baixo contingente de fiscais para atender a demanda e exigências.
Segundo o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento em exercício, Eumar Novacki, que cumpre agenda em Cuiabá e Várzea Grande nesta sexta-feira, 29 de julho, o Ministério brasileiro têm ciência da situação e busca alternativas para que o produtor não seja prejudicado.