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Sábado, 04 de maio de 2024

Notícias | Economia

Relação de preços entre frango vivo e abatido estreitou-se no segundo semestre

Relacionando-se os preços do frango abatido (grande atacado da cidade de São Paulo) com os do frango vivo (granja, interior de São Paulo) constata-se que no primeiro semestre de 2012 a ave abatida obteve o melhor resultado dos últimos quatro primeiros semestres. Já no segundo semestre a situação inverteu-se totalmente, já que a relação observada vem sendo a pior dos últimos oito semestres. Explicando:

Nos seis primeiros meses de 2012, enquanto o frango vivo foi comercializado por, em média, R$1,72/kg, o abatido alcançou, no atacado, cerca de R$2,58/kg. Isso significou, para o frango abatido, valor 50% (ou uma vez e meia) maior que o da ave viva – contra, por exemplo, 48,0%, 44,7% e 39,2% no primeiro semestre dos três anos anteriores.

Porém, no segundo semestre de 2012 (ou, mais especificamente, a partir de meados de agosto), essa relação sofre rápida deterioração (vide gráfico abaixo), a ponto de o preço do frango abatido corresponder (final de setembro) a pouco mais de 20% do preço do frango vivo. Na média dos últimos quatro meses essa relação ficou em 35%, mas no bimestre setembro-outubro esteve em 30%.

O comportamento do mercado e as mudanças nas condições de produção ajudam a explicar os dois fatos:
No primeiro semestre, o surgimento de estoques de passagem de frango abatido e a alta oferta inicial do ano (pintos de um dia alojados no final de 2011) redundaram na geração de grandes excedentes de aves vivas. Como não foi absorvido pelos abatedouros (estes procuraram manter a oferta do abatido relativamente próxima da demanda), o frango vivo sofreu forte declínio de preços – daí uma melhor relação de preços para o produto abatido. E não porque este tenha se valorizado, mas porque a ave viva se desvalorizou.

Já a baixa relação abatido x vivo do segundo semestre é resultado típico da explosão dos custos de produção. O produtor perdeu toda a capacidade de investir na atividade, sendo forçado a reduzir o volume em criação. Com menor disponibilidade, o produto tem obtido relativa valorização em comparação ao frango abatido. Assim, por exemplo, em outubro, enquanto o frango vivo registrou ligeira alta sobre setembro, o abatido enfrentou situação oposta, apresentando baixa em relação ao mês anterior.

Como as condições de produção permanecem inalteradas – isto é, o custo de produção continua substancialmente elevado – a deteriorada relação do frango abatido com o vivo deve se manter e pode, até, se acentuar.
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