Depois de fechar o primeiro estre do ano ocupando a quarta posição da pauta exportadora brasileira e após recuar para o quinto lugar no trimestre julho-setembro, a carne de frango perdeu mais uma posição. No acumulado dos dez primeiros meses de 2012 voltou para o mesmo sexto posto ocupado em idêntico período de 2011.
A diferença em relação ao novo ocupante do quinto lugar (o farelo de soja) não chega a ser significativa, é de apenas meio por cento. Mas enquanto a receita cambial do farelo aumentou no ano mais de 13%, a do frango recuou 4,19%.
De toda forma, a redução enfrentada pela carne de frango é menor que a média nacional (-4,61%) e bastante inferior à perda do grupo de 10 principais produtos, cuja receita em 10 meses foi 9,24% menor que a de idêntico período de 2011.
Mas quem está em vias de entrar no rol dos 10 principais produtos, podendo ocupar a atual posição da celulose ou da carne bovina é o milho. No ano passado, no acumulado de janeiro a outubro, foi apenas o 17º principal produto exportado pelo Brasil. Neste ano, mesmo período, já se encontra na 11ª posição.
A receita cambial até agora acumulada pelo milho, de US$3,516 bilhões, já corresponde a 95% da receita da carne bovina, de US$3,706 bilhões. A única (grande) diferença está no volume de uma e outra commodity, dado que para, aproximadamente, a mesma receita cambial, o volume de milho exportado é cerca de 16 vezes maior (mais de 13 milhões de toneladas entre janeiro e outubro de 2012).
A diferença, porém, fica ainda mais gritante quando se comparam os resultados do milho com outra commodity inteiramente dependente do grão – a carne de frango. Que, com pouco mais de um quinto do volume de milho já embarcado (2,966 milhões de toneladas só da carne de frango in natura) consegue uma receita cambial 57% superior. Que, com certeza, seria maior não fosse a exportação de milho ter encarecido o custo de produção e reduzido a competitividade do frango brasileiro.
