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Sábado, 04 de maio de 2024

Notícias | Economia

Justiça decreta falência do laticínio e deixa credores preocupados

A situação na propriedade de Neide Mani, em Batatais, nordeste de São Paulo, é muito difícil. O curral foi desativado e não tem mais utilidade, as aves tomam conta do espaço. Faz tempo que nenhum litro de leite retirado pelas máquinas vai para o latão e os funcionários foram demitidos. Tudo isso acontece porque o laticínio que comprava a produção fechou as portas, deixando uma dívida de R$ 30 mil.

A indústria de alimentos Nilza, uma das mais tracionais do país, com fábricas em Ribeirão Preto, no estado paulista, e Itamonte e Campo Belo, em Minas Gerais, acumula dívida de R$ 450 milhões. Há três anos vem tentando se recuperar, mas o Tribunal de Justiça de São Paulo decretou a falência e as consequências ainda estão sendo sentidas no campo.

A empresa tem dívida trabalhista com cerca de 600 ex-funcionários. Aproximadamente 200 produtores ainda têm créditos a receber. Faz três anos que o dono de um sítio em Buritizal aguarda o pagamento de R$ 21 mil.

Luís de Menezes conta que o valor é referente ao pagamento de três meses de fornecimento de leite para a empresa. O produtor transferiu o fornecimento para outro laticínio, mas até hoje não conseguiu se recuperar do calote da empresa.

Após a decretação da falência, a Justiça vai fazer um levantamento do patrimônio da fábrica. Os bens devem ser vendidos e o dinheiro usado para pagar os credores. Segundo o advogado da cooperativa dos produtores de leite da região, as pessoas que prestaram serviço durante o processo de recuperação judicial recebem primeiro, depois é a vez de ex-funcionários e fornecedores.

O dono da empresa Nilza, que era responsável pela recuperação judicial, Sérgio Alembert, diz que vai entrar com recurso especial no Superior Tribunal de Justiça para tentar anular a decretação de falência. Se conseguir reverter a decisão, ele vai preparar um plano de pagamento para os fornecedores de leite.
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