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AGROPECUÁRIA

Pesquisadores apresentam em Sinop resultados com sistemas integrados de produção

31 Out 2012 - 19:32

Gabriel Faria - Embrapa Agrossilvipastoril

Pesquisadores de diferentes instituições, professores universitários, técnicos, produtores e estudantes estiveram reunidos na Embrapa Agrossilvipastoril, em Sinop, durante o Simpósio de Produção Integrada em Sistemas Agropecuários (Pisa) - que ocorreu entre os dias 29 e 31 de outubro. O evento buscou apresentar os resultados do projeto Pisa, coordenado pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento em diferentes estados brasileiros.

O Pisa é um projeto de transferência de tecnologia, com objetivo de levar ao campo conhecimento para a adoção dos sistemas integrados de produção. Iniciado há quatro anos nos estados da região Sul do país, hoje ele está presente também no Centro-Oeste e no Pará.

Segundo o coordenador nacional do Pisa, Adilson Reinaldo Kossoski, neste período bons resultados já foram obtidos, com mais de 300 produtores aderindo ao projeto somente no Rio Grande do Sul, onde as atividades tiveram início primeiramente. Porém, independentemente do projeto, o uso de sistemas integrados tem crescido em todo o país.

“Esta é a saída para a agropecuária, pois os sistemas integrados pregam a diversificação. Com a diversificação o produtor não fica na dependência de um único produto e é possível haver um equilíbrio. Se um produto está ruim de preço, o outro está bom, exemplifica”.

Nas apresentações realizadas durante o Simpósio, pesquisadores da Embrapa mostraram resultados obtidos com Unidades de Referência Tecnológica em todo o país com diferentes configurações de sistemas agrossilvipastoris. De acordo com eles, sistemas integrados de lavoura-pecuária já são mais utilizados, devido ao plantio direto na palha. O desafio agora é o de inserir também o componente arbóreo, como forma de produção de madeira, celulose ou frutos e também de proporcionar maior conforto térmico para os animais.

“O componente florestal é o desafio tecnológico para ser vencido por todos os pesquisadores, técnicos e usuários da tecnologia. Ele é uma coisa nova. É um componente que vem chegando por último. Culturalmente nós tirávamos árvores para fazer lavoura e pecuária. Agora, estamos pensando em colocar árvore junto. Isto tem um impacto grande, é um desafio cultural, é um desafio tecnológico. São coisas que têm ciclos de vidas diferentes e que têm impacto diferente”, afirma o pesquisador da Embrapa Florestas, Vanderley Porfírio da Silva.

Produção sustentável

Durante o Simpósio, foram apresentados dados de pesquisas que mostram como os sistemas integrados de produção contribuem para a redução das emissões de carbono no setor, além de ajudarem no sequestro deste carbono em forma de biomassa e matéria orgânica. Outro benefício apresentado foi o aumento da biodiversidade em áreas com a integração de culturas.

Porém, além da questão ambiental, outro fator que conta a favor dos sistemas agrossilvipastoris é o aspecto econômico, fundamental para a melhoria da qualidade de vida do produtor e consequente fixação dele e de sua família no campo.

“A metodologia do Pisa implica, entre outras coisas, em redução de custos e em redução do uso de insumos por unidade de produto produzida. É um sistema que busca eficiência nos processos e diminuição do impacto ambiental. Mas tudo isto com resultado econômico, porque o produtor precisa viver daquilo que produz. Os resultados que estamos obtendo não só são bons do ponto de vista biológico, mas também contribuem para a redução de custo e aumento de renda do produtor, por isto está tendo sucesso”, avalia o professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Paulo César Carvalho, que acompanha o projeto há quatro anos no Rio Grande do Sul.

Pisa em Mato Grosso

No último dia do Simpósio de Produção Integrada em Sistemas Agropecuários foram apresentadas algumas ações que estão sendo desenvolvidas pelo projeto Pisa em Mato Grosso. Entre elas está a instalação e acompanhamento de sete Unidades de Referência Tecnológica de iLPF no estado, a capacitação continuada de mais de cem agentes de assistência técnica e extensão rural e a implantação do programa de Boas Práticas Agropecuárias.

De acordo com o coordenador do Pisa no estado e chefe de Transferência de Tecnologia da Embrapa Agrossilvipastoril, Lineu Domit, o Simpósio contribuiu para confirmar a viabilidade dos sistemas integrados de produção agropecuária.

“O principal resultado deste evento foi mostrar que a integração dá certo e que existem bons resultados sendo obtidos em diferentes regiões do país. Além disso, tivemos a oportunidade de discutir amplamente os três componentes destes sistemas: a lavoura, a pecuária e a floresta”, avaliou.

Para o professor do Instituto Federal de Rondônia, Rafael Henrique dos Reis, que participou do Simpósio com um grupo de alunos, o evento contribuiu para o aprendizado e para os trabalhos desenvolvidos por eles em Colorado do Oeste (RO).

“Temos um grupo de pesquisa nesta área de integração lavoura-pecuária-floresta e todas as palestras trouxeram muitas informações importantes para nós. Pudemos ver as experiências de muitas pessoas que já trabalham com isto há muito tempo”, disse.

O Simpósio de Produção Integrada em Sistemas Agropecuários foi uma realização conjunta da Embrapa, Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento, CNPq, UFMT e Unemat e contou com apoio da Acrimat, Aprosoja, Sistema Famato, Banco do Brasil e Sedraf.
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