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Notícias / Agronegócio

Governo faz “media” com cadeia do algodão e deve liberar defensivos contra lagarta

De Brasília – Vinícius Tavares

Está marcada para quarta-feira (4.9) uma reunião na Casa Civil da presidência da república na qual deve ser anunciada a liberação de defensivos químicos para o combate da lagarta helicoverpa e outras pragas. A liberação, se se confirmar, é um dos itens do pacote de bondades que o governo pretende anunciar nesta semana por ocasião do 9° Congresso Brasileiro do Algodão, que acontece entre os dias 3 a 6 de setembro, em Brasília.

Na avaliação do presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Gilson Pinesso, a Anvisa e o Ibama continuam sendo os grandes gargalos para a permissão de defensivos químicos contra pragas como helicoverpa, ferrugem asiática, mosca branca, entre outras. Segundo ele, o sistema de registro de agroquímicos entrou em colapso.

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“O sistema de registro entrou em colapso. Em 2012 tivemos 4 a 5 registros. Em 2013, nenhum até agora. Fica difícil desenvolver agricultura tropical sem agroquímicos. Europa e Estados Unidos utilizam. O Brasil pensa que é mais inteligente do que o resto do mundo”, declarou durante entrevista coletiva realizada nesta segunda-feira (2.9), em Brasília.

O presidente da entidade deve ser um dos integrantes da comitiva dos cotonicultores e deputados da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) que deve participar da reunião na Casa Civil.

Inicialmente a ministra da Casa Civil Gleisi Hoffmann participaria de uma audiência pública na Comissão de Agricultura da Câmara para discutir o tema.

O governo propôs, no entanto, trocar a audiência por uma pequena reunião com ministros. Devem participar os ministros da Agricultura, Antônio Andrade; da Saúde, Alexandre Padilha; do Meio Ambiente, Izabella Teixeira; e da Justiça, José Eduardo Cardozo.

Representante da FPA e integrante da Comissão da Agricultura da Câmara, o deputado federal Oziel Oliveira (PDT-BA) afirma que as perdas decorrentes da ação da helicoverpa não são somente econômicas, mas já se refletem nas áreas social e ambiental.

“Na região Oeste da Bahia, onde o algodão emprega muitas pessoas, já se registra desemprego na cadeia produtiva, reflexo dos prejuízos causados pelas perdas no campo”, comentou o parlamentar.

Conforme dados da Abrapa, a cotonicultura representa um faturamento de R$ 38 bilhões e gera R$ 7,5 bilhões em impostos. A cadeia produtiva responde por sete milhões de empregos no Brasil.
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