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EPE projeta volta de gasolina com 25% de álcool em 2013

Valor Econômico

O governo deu mais um sinal de que pretende incentivar a produção de etanol, numa tentativa de driblar a crise enfrentada pelos usineiros nos últimos anos, com uma situação de falta de oferta e preços altos ao consumidor que levou à recente disparada nas importações de gasolina.

No estudo em que traça cenários até 2021, a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), vinculada ao Ministério de Minas e Energia, projeta a volta do teor de álcool anidro misturado à gasolina para 25%, no segundo semestre de 2013. Em outubro do ano passado, a mistura caiu para 20%.

De acordo com as projeções do Plano Decenal de Energia, o etanol voltará a ser mais vantajoso para abastecer veículos "flex fuel", a partir de 2014. Com isso, a tendência de aumento das importações de gasolina deverá ser interrompida em breve. A EPE prevê déficit de 20 mil barris por dia para atender à demanda interna de gasolina, neste ano, mas enxerga equilíbrio com a oferta em 2013 e pequenas sobras do combustível entre 2014 e 2018.

Enquanto isso, a oferta de etanol crescerá em escala geométrica, nas estimativas da EPE. Sairá da produção nacional de 24,6 bilhões de litros, atualmente, para 45,4 bilhões de litros em 2016 e 68,3 bilhões de litros em 2021.

Entre 2012 e 2014, a estatal de planejamento estima a construção de nove usinas. Depois, projeta-se a construção de dez usinas de etanol por ano. "Nesse cenário, estão incluídas quatro unidades com obras paralisadas em 2011, que podem ser construídas rapidamente, e outros oito projetos com EIA-Rima [estudo e relatório de impacto ambiental] aprovados", diz o plano.

Recentemente, funcionários do Ministério de Minas e Energia chegaram até a colocar em xeque o foco dado pela Petrobras em suas novas refinarias, que privilegiam a produção de óleo diesel.

O documento da EPE, no entanto, sugere que a escolha para as refinarias de Pernambuco (Abreu e Lima) e do Rio de Janeiro (Comperj) foi correta. Além de apontar a volta ao equilíbrio entre oferta e demanda de gasolina, o plano decenal lembra que "deverá ser mais conveniente exportar diesel de boa qualidade". Diz ainda que, caso seja preciso continuar importando gasolina, não haverá dificuldade em termos de suprimento do derivado: "A Europa é estruturalmente exportadora e há expectativa de moderação, ou mesmo redução, da demanda nos EUA - tradicional destino para o excedente europeu" .
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