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MT foi o Estado do Centro-Oeste com o pior valor da transformação industrial em 2018; veja gráficos

Da Redação - Vinicius Mendes

A Pesquisa Industrial Anual-Empresa (PIA Empresa) 2018, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), revelou que o valor da transformação industrial (VTI, a diferença entre o valor bruto da produção industrial e os custos das operações industriais) de Mato Grosso passou de R$ 8,0 bilhões, em 2009, para R$ 17,3 bilhões, em 2018, sendo R$ 553 milhões das indústrias extrativas e R$ 16,7 bilhões da indústria de transformação. Os Estados de Goiás e Mato Grosso do Sul tiveram um resultado melhor que o de Mato Grosso.

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Esse total do estado representa 23,7% do valor da transformação industrial do Centro- Oeste, que foi de R$ 73,2 bilhões em 2018. Em 2009, no entanto, a participação do estado em relação à região tinha sido de 27,1%. Já a participação do Centro-Oeste em relação ao valor da transformação industrial do país cresceu de 4,5% para 5,5% na comparação.



Mato Grosso fica na 15ª posição no ranking dos estados em valor da transformação industrial para unidades locais produtivas industriais em empresas com cinco ou mais pessoas ocupadas, com 1,3% de participação sobre o valor total no Brasil. No ranking de receita, porém, o estado sobe para 11º lugar, com 2,3% de participação do total brasileiro.

Fabricação de produtos alimentícios (56,5%); fabricação de produtos químicos (10,1%); fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis (8,5%); e fabricação de bebidas (6,7%) foram as principais atividades industriais de Mato Grosso em relação ao total do valor da transformação industrial. Demais atividades da indústria respondem por 18,3% do total.

A receita líquida de vendas aumentou de R$ 25,3 bilhões para R$ 73,8 bilhões no estado na mesma comparação. Esse montante representa 31,7% do total do Centro-Oeste. O pessoal ocupado em 31 de dezembro subiu de 89.158 para 99.586 em Mato Grosso no período. Já os salários, retiradas e outras remunerações passaram de R$ 1,2 bilhão, em 2009, para R$ 2,8 bilhões, em 2018. Mato Grosso tem ao todo 2.964 unidades locais industriais de empresas industriais com cinco ou mais pessoas ocupadas. Em 2009, eram 2.918 unidades locais.

Já a publicação Pesquisa Industrial Anual-Produto 2018 apontou que carnes de bovinos frescas ou refrigeradas foi o primeiro colocado no ranking de produtos/serviços industriais por valor de produção em Mato Grosso, com R$ 10,9 bilhões. Tortas, bagaços, farelos e outros resíduos da extração do óleo de soja; carnes de bovinos congeladas; óleo de soja refinado; e carnes e miudezas de aves congeladas completam os cinco primeiros na lista.

Adubos ou fertilizantes com nitrogênio, fósforo e potássio (NPK); álcool etílico (etanol) não desnaturado, com teor alcóolico em volume maior ou igual a 80%, anidro ou hidratado para fins carburantes; óleo de soja em bruto, mesmo degomado; rações e outras preparações utilizadas na alimentação de animais; e adubos ou fertilizantes minerais ou químicos, fosfatados vem logo na sequência.

Em 2018, em todo o país, foram pesquisados 3.400 produtos fabricados pelas 32,5 mil empresas com 30 ou mais pessoas ocupadas e suas 39 mil unidades locais industriais. 



Empresas industriais

Segundo a PIA Empresa 2018, em 2018, 309,0 mil empresas ativas no Brasil inteiro ocuparam 7,7 milhões de pessoas e pagaram um total de R$ 308,0 bilhões em salários, retiradas e outras remunerações. A receita líquida de vendas apurada pelo setor foi de R$ 3,4 trilhões.



A atividade industrial brasileira gerou R$ 1,4 trilhão de valor da transformação industrial (VTI). Em 2018, as oito maiores empresas do setor industrial eram responsáveis por 24,2% do VTI nacional. Mesmo com perda de participação em dez anos, o Sudeste ainda concentrava 58,3% do VTI nacional em 2018.

Em 2018, o faturamento bruto total das empresas industriais foi de R$ 4,8 trilhões. Desse montante, 77,8% foram oriundos da venda de produtos e serviços industriais, um aumento de participação em relação a 2009 (74,7%).

O segmento de fabricação e produtos alimentícios, que já tinha a maior fatia de receita líquida de vendas em 2009 (18,2%), teve um aumento de 3,5 pontos percentuais, passando a 21,7% em 2018. Ente 2009 e 2018, o setor industrial teve uma queda na ocupação de 2,3%, puxada pela perda de 203,2 mil empregos nas indústrias de transformação.

As atividades das indústrias de transformação que tiveram maior aumento no número de pessoas ocupadas entre 2009 e 2018 foram Manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos (27,9%); Fabricação de bebidas (28,1%); e Fabricação de produtos alimentícios (15,5%). As maiores quedas foram na Fabricação de produtos de madeira (-21,0%), na Fabricação de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-17,7%) e na Confecção de artigos do vestuário e acessórios (-18,6%).

Entre os setores da produção industrial, a Fabricação de produtos alimentícios detém 22,8% do total de pessoal ocupado, seguida pela Confecção de artigos do vestuário e acessórios, que detém um percentual de 7,8%.

Destaques

Em 2018, o valor da receita de vendas nas 39,0 mil unidades locais industriais das 32,5 mil empresas com 30 ou mais pessoas ocupadas totalizou R$ 2,6 trilhões, apontou a PIA Produto 2018. As cinco maiores participações eram de produtos alimentícios (16,9%), produtos químicos (10,3%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (10,1%), veículos automotores, reboques e carrocerias (9,9%) e metalurgia (7,4%).

De 2017 para 2018, a fabricação de automóveis ganhou 0,5 ponto percentual de participação, mas caiu uma posição no ranking, do 3º para o 4º lugar. Já a extração de petróleo e gás natural passou da 11ª posição em 2017 para a 6ª posição em 2018. Entre 2017 e 2018, os óleos brutos de petróleo, com vendas de R$ 88,5 bilhões e participação de 3,4% no total, passaram à primeira posição no ranking, trocando de lugar com o óleo diesel, que teve R$ 82,4 bilhões e 3,2% de participação.

Em 2018, os 100 produtos industriais com maior valor de vendas somaram receita de R$ 1,4 trilhão, equivalente a 54,7% do total da receita das unidades locais industriais das empresas com 30 ou mais pessoas ocupadas. No Centro-Oeste, as carnes bovinas, o etanol para fins carburantes e os resíduos da produção de óleo de soja representaram 29,4% do total regional.

Essas são algumas das informações da Pesquisa Industrial Anual – PIA Produto 2018, que traz dados sobre valor da produção, receita líquida de vendas, quantidade produzida e vendida, a partir da investigação de unidades locais das empresas com 30 ou mais pessoas ocupadas e/ou que auferiram receita bruta superior a R$ 15,1 milhões no ano anterior ao de referência da pesquisa.
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