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Notícias / Pecuária

China paralisa habilitação de frigoríficos de MT, mas setor acredita em aumento na demanda após crise

Da Redação - Vinicius Mendes

Em decorrência da pandemia de coronavírus pelo mundo, a China não tem aprovado nenhum novo frigorífico brasileiro para exportação neste ano. As habilitações estão suspensas até um alívio na crise de saúde pública. Em Mato Grosso, onde vários frigoríficos vinham recebendo habilitação em 2019, o setor acredita que esta crise é passageira e logo que a situação melhorar deve haver um aumento considerável no número de habilitações e de exportação de carne.

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De acordo com o diretor técnico da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Francisco Manzi, esta notícia da paralisação das habilitações de frigoríficos pela China não gerou preocupação. Ele disse que além de documentos, para que um frigorífico seja habilitado é necessário que haja inspeção local, o que não está sendo possível neste momento.

"Essa notícia foi recebida com serenidade, porque, o que não está paralisando nesses tempos não é? Para que haja habilitação de frigorífico, além dos trâmites documentais, existem visitas que são feitas, onde são feitas as análises, até do quadro funcional, das instalações, e nada disso está sendo possível no momento. Voos para eles virem estão com muitas restrições, então acreditamos que o motivo seja mesmo esse, porque hoje a China é o nosso maior comprador, ela já habilitou só em Mato Grosso oito plantas", disse Francisco.

Francisco disse que o setor confia que não há outro motivo para a suspensão, como falta de conformidade ou algo do tipo, além destes reflexos da pandemia. Ele disse que o setor produtivo, como um todo, tem sofrido as consequências, não apenas o da pecuária. Isto, inclusive, tem refletido nos preços.

"Não deixa de ser um prejuízo, porque quando se deixa de ganhar, em última análise também é ruim. Mas hoje isso é em todos os setores, não vivemos em uma bolha, embora o setor produtivo esteja trabalhando para abastecer, sabemos que está complicado o transporte, logística, a própria questão dos funcionários, porque, por exemplo, estamos com sete plantas em Mato Grosso que estão com férias coletivas, pela quarentena, isso em um momento de alta safra, momento de mercado bom".

Apesar dos danos, o diretor da Acrimat acredita que a recuperação será rápida. Ele avalia que logo que a situação normalizar, deve haver um aumento da demanda por parte da China.

"Acreditamos que vai ser passageiro, e tão logo a situação se normalize, nós somos um exemplo de sanidade, de qualidade do nosso produto, então teremos mais e mais plantas habilitadas.  Acredito que uma vez que haja a suspensão da quarentena, deve haver sim um aumento considerável, não só na habilitação de plantas como na exportação de uma forma geral, uma vez que existe uma proibição do governo chinês para o consumo de animais exóticos, como vinha acontecendo, e sem contar que a carne brasileira tem conquistado muito o paladar chinês".
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