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Brasil busca expandir conexão à internet e novas tecnologias para os produtores rurais do país

Da Assessoria

O agronegócio é um dos setores mais importantes para a economia do Brasil. Por isso, o investimento da área em novas tecnologias é um dos objetivos primordiais para os próximos anos. A principal tarefa é conseguir deixar o campo mais conectado, já que apenas 28% dessa região possui conexão com a internet. Todo esse cuidado e investimento terá como objetivo fazer os produtores seguirem não só o restante do mundo, mas também outros setores, como o da ciência e o do entretenimento, que já se beneficiam de forma intensa da evolução tecnológica.

Em pesquisa divulgada no início deste ano, o IBGE mostrou que o Brasil possui um pouco mais de 5 milhões de estabelecimentos rurais em atividade. Um número considerável, mas que ainda sofre para se integrar em termos de tecnologia. Cerca de 71,8% desses estabelecimentos não têm qualquer acesso à internet, ou seja, são mais de 3 milhões de propriedades desconectadas. Isso é um problema para um setor que, no resto do mundo, está cada vez mais conectado e avançado.





O assunto já foi pauta aqui na região, principalmente em 2017, quando Cuiabá recebeu a 10ª etapa do Circuito RedeAgro. A programação da 53ª Expoagro focou bastante no assunto e mostrou alguns dos impactos positivos que esse investimento pode ter na produção. Quase três anos depois, a busca dos estados e também do Governo é pela expansão, no mínimo, da internet nas fazendas e propriedades rurais.

As mudanças causadas pela internet no campo dizem respeito, principalmente, aos quesitos segurança e organização. O antigo ministro da agricultura, Blairo Maggi, afirmou em 2018 que sem conexão os produtores rurais enfrentam muitos obstáculos no dia a dia. Os repasses de dados das colheitas, além da comunicação, acabam se transformando em um verdadeiro desafio, algo que não poderia ocorrer em um setor tão importante para a economia do país, principalmente na exportação.

Acompanhando outras áreas

O agronegócio pode muito bem se inspirar em outros setores que se transformaram completamente com as novas tecnologias. Entre eles, o maior exemplo talvez seja o do entretenimento. A principal prova disso é a área dos jogos eletrônicos, que possui um mercado em expansão de quase 30% em receitas anuais. O portal Valor Investe mostra que esses jogos movimentaram, apenas no Brasil, cerca de R$ 5,6 bilhões em 2018, segundo dados da empresa Newzoo. Assim, é um mercado que já tem forte impacto na economia do país, o que acontece apenas por conta do investimento em tecnologia.

Um exemplo desse investimento é o desenvolvimento de plataformas e sites que utilizam o streaming, forma de transmissão de vídeo pela internet. O portal da Microsoft Mixer é uma referência e transmite torneios ao vivo de alguns jogos de sucesso no mercado, como Fortnite e League of Legends. O mesmo pode ser falado do site de jogos da Betway cassino online, que por meio do uso de live streaming proporciona uma experiência real a seus clientes, reproduzindo no ambiente virtual a atmosfera de cassinos físicos. Entretanto, a maior novidade do momento fica por conta do Google Stadia, produto que tem como objetivo substituir os consoles físicos por uma tecnologia integralmente localizada na nuvem, isto é, utilizando streaming.

O impacto do streaming, no entanto, não fica apenas nos jogos eletrônicos, afinal é impossível não falar da expansão de serviços como a Netflix no Brasil. A plataforma de filmes e seriados já possui mais de 12 milhões de clientes, segundo dados divulgados no ano passado pelo portal Tecmundo, e já ultrapassou todas as empresas de TV paga do país, tornando-se a principal fornecedora de entretenimento para o público brasileiro na atualidade.

O futuro do agronegócio

Para a implementação tecnológica no ramo do agronegócio, resta saber como os produtores rurais, com a ajuda do estado, podem aproveitar essa expansão inovativa, que já existe em outros setores, para crescer. A revista Planeta comentou a respeito de alguns pontos que beneficiam todos os produtores. Estudos mostram que aplicativos e novos equipamentos conseguem reduzir em 50% o uso de ingredientes ativos, sem diminuir a eficácia das plantações. Ou seja, o gasto com esses produtos seria reduzido e, ao mesmo tempo, as produções não seriam afetadas. Trata-se praticamente de uma fórmula perfeita, e esta é apenas uma das várias mudanças que a reportagem aponta.

Outro exemplo, e já colocado em prática, aconteceu recentemente em dez propriedades da microrregião do Norte Araguaia. No final de 2019, nós mostramos como a parceria entre a Universidade Estadual de Mato Grosso (Unemat) e a Embrapa Pecuária Sudeste resultou em uma assistência técnica de qualidade no campo. A expectativa é de que a tecnologia fornecida pela universidade possa identificar problemas e dar soluções à rotina de produtores do agronegócio.

Alguns números no Brasil já são otimistas, fazendo com que o produtor rural pense em 2020 como um ano para crescer ainda mais. As exportações, no ano passado, bateram recordes e tiveram um crescimento de 5% em comparação aos 12 meses anteriores. Foram mais de 200 milhões de toneladas, como mostra a reportagem do portal Seu Dinheiro. A expectativa é de que este número continue a crescer até o final deste ano.

A presença da tecnologia em todos estes números, como podemos ver, é essencial. O Governo precisa dar auxílio para que o número de produtores rurais, pelo menos com acesso à internet, cresça nos próximos meses. Isso vai afetar não só a economia do Brasil, mas também a qualidade de vida que estas pessoas têm no campo. O agronegócio é um setor que precisa ser prioridade no país, e isso passa pelo investimento e pela atenção.
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