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Iniciativa privada deve começar a ‘tocar’ aeroportos de Mato Grosso até dezembro

Da Redação - Wesley Santiago

O Consórcio Aeroeste, que venceu a disputa para administrar quatro aeroportos de Mato Grosso (Cuiabá, Sinop, Rondonópolis e Alta Floresta), deve começar a ‘tocar’ todos os terminais a partir de dezembro deste ano. Segundo a Secretaria de Infraestrutura e Logística (Sinfra) a assinatura do contrato deve ocorrer em julho.

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A empresa já foi habilitada e a previsão do governo é que até o dia 30 de julho o contrato seja assinado. Sendo assim, a Aeroeste terá o controle total dos quatro aeroportos até dezembro deste ano.
 
A superintendente de Desenvolvimento de Modais da Sinfra, Maksaíla Moura Campos, explicou ao Agro Olhar que os R$ 40 milhões pagos pela Aeroeste no leilão não irá para a Empresa Brasileira de Infraestrutura e Logística (Infraero). “O bloco Centro-Oeste é o único que não precisará pagar rescisões de funcionários da Infraero que forem desligados. Este dinheiro do lance realizado irá subsidiar parte do investimento da empresa. Entrará como outorga e parte do investimento inicial”.
 
“Neste novo modelo, não existe mais outorga fixa, percentual sobre o faturamento da empresa e a Infraero não é mais sócia, o que era obrigatório antes. Hoje, quando você traz a iniciativa privada, tem que cumprir com os compromissos pré-estabelecidos. O governo vai montar um grupo de trabalho para acompanhar a transição para que não aconteça o mesmo que em Viracopos, que está com risco de ser relicitado. De repente, se acontecer qualquer problema, o Executivo está pronto para agir e não vai esperar a bomba estourar”, pontua a superintendente.
 
Maksaíla ainda lembra que o consórcio foi montado exclusivamente para disputar a administração dos aeroportos de Mato Grosso. “É o momento da Socicam (Sociedade Civil Campineira) mudar de patamar. Eles têm dez aeroportos no Brasil, de pequeno a médio porte. Se fizer uma busca, verá que possuem expertise técnica para isto. A Sinart (Sociedade Nacional de Apoio Rodoviário e Turístico) está junto porque também administra um terminal. Ela processa mais de um milhão de passageiros e este era um dos critérios a ser atendido no edital”.
 
A empresa Socicam é a “cabeça” consórcio, com 85% da participação na parceria. A Sinart ficou com outros 15%. Atualmente, a Socicam administra 10 aeroportos no país, sendo dois em Goiás, três em Minas Gerais, três na Bahia e mais dois no Ceará.
 
Por fim, ela comemorou o valor investido pela iniciativa privada, que surpreendeu e muito o era esperado. “Era o menor bloco, mas houve uma briga muito grande das empresas para ficar com os nossos aeroportos, tanto que o ágio foi de 4.000%”.
 
O Aeroeste iniciou o leilão com proposta de R$ 20,3 milhões e após disputa acirrada com o Consórcio Construcap-Agunsa, venceu a disputa com lance de R$ 40 milhões. O ágio chegou a 4.739,88%, o maior registrado no leilão de aeroportos ocorrido no dia 15 de março na B3, antiga Bolsa de Valores de São Paulo.
 
As empresas vencedoras do certame devem apresentar o plano de Transferência Operacional entre os meses de agosto e setembro deste ano, 40 dias após a efetivação do contrato. A operação assistida dos aeroportos, ação que envolve a Infraero e as concessionárias, está prevista para outubro e novembro.
 
Dentre as melhorias que os operadores terão que implementar nos terminais a curto prazo estão, por exemplo, a melhoria da climatização, acesso à internet gratuita (wi-fi) nos terminais, adequação de banheiros e atualização de sinalização aeroportuária.
 
Durante os cinco primeiros anos de concessão, será investido R$ 386,7 milhões nos quatro aeroportos do Bloco Centro-Oeste. O investimento previsto ao longo das três décadas é de R$ 770 milhões. Com a concessão de 30 anos, é esperado que o número de passageiros ao ano triplique até 2049.
 
Os quatro aeroportos do Estado movimentam juntos cerca de 3,2 milhões de passageiros por ano, sendo que o maior fluxo é do Marechal Rondon, que em 2018 encerrou com movimentação de 3 milhões de embarques e desembarques. O aeroporto de Sinop recebe em média 150 mil passageiros ao ano, o de Alta Floresta 110 mil e de Rondonópolis 90 mil. No interior, os terminais têm capacidade para receber aeronaves de médio porte, tipo bimotor e com propulsão turboélice.
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