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Notícias / Agronegócio

Pecuaristas de Mato Grosso reclamam falta de recursos do FCO temendo perdas em 2013

Especial para o Agro Olhar - Thalita Araújo

Os pecuaristas do Estado, através da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), reclamam que não estão conseguindo acessar o Fundo Constitucional do Centro-Oeste (FCO) por falta de recursos. Segundo a associação, existem R$ 175 milhões em cartas consultas aprovadas que não poderão ser disponibilizados este ano por falta de verbas.

O receio da Acrimat é que, sem a liberação dos recursos no prazo, a produtividade possa ser bastante comprometida em 2013. A reforma de pastagens, por exemplo, deve ser feita agora, no período de chuvas, para atingir o resultado ideal.

Os recursos do FCO Rural são provenientes do Imposto de Renda recolhido no Estado e dos pagamentos feitos em referência a empréstimos anteriores.

De acordo com o Gerente de Negócios – Mercado Agro do Banco do Brasil, Brasiliano Brasil Borges, a instituição já ultrapassou em R$ 135 milhões os recursos orçados para 2012. A previsão era de R$ 665 milhões e já foram contratados R$ 800 milhões. Os demais R$ 175 milhões já aprovados, segundo Brasil Borges, não poderão ser disponibilizados este ano.

O superintendente da Acrimat, Luciano Vacari, destaca que o governo Federal e o Banco do Brasil anunciam linhas de financiamento e depois não conseguem honrar. “Se não há recursos, eles precisam parar de ‘vender’ o crédito. Atraem os produtores para agências com a promessa de empréstimos e depois não concretizam os contratos”, reclamou Vacari.

Plano B

Pecuarista na região de Pontes e Lacerda (450 km de Cuabá) Luciomar Machado corre o risco de atrasar o projeto de reforma de pastagem em sua propriedade por falta de recursos. Sua carta consulta foi aprovada para recuperação de mil hectares, porém, o Banco do Brasil se recusa avaliar o projeto.

“Vou ter que tocar o projeto com recursos próprios para não passar o tempo certo de recuperar. Preciso aproveitar o período de chuvas, não posso esperar a liberação só no que vem”, afirma, salientando que o produtor que não tiver condições de fazer o desembolso próprio perderá um ano.

Para  Vacari, os impactos para a pecuária são graves, uma vez que os investimentos precisam ser feitos no momento exato, de acordo com as chuvas e demais condições do tempo.  “Não adianta liberar recursos ano que vem para aqueles que possuem necessidade agora. A falta de investimentos trará prejuízos para a pecuária em 2013 e poderá comprometer a produção de carne”, pontua.

O Banco do Brasil

O gerente do Banco do Brasil, Brasiliano Borges, afirma que estão negociando a liberação de recursos de outras fontes, como o Manual de Crédito Rural (MCR), mas que os juros são maiores, fixados na casa dos 5%.

No FCO Rural a alíquota pratica varia entre 2,5% e 3% ao ano. “Neste momento vamos tentar, mas não há como garantir a liberação deste recurso. O que podemos afirmar que as cartas consultas aprovadas este ano terão prioridade a partir de janeiro do ano que vem”, explica. As informações são da Acrimat.

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