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Notícias / Agronegócio

Mato Grosso trocará cerca de 500 mil hectares milho por soja na safrinha

De Sinop - Alexandre Alves

 Os números ainda estão sendo levantados, mas é certo que haverá drástica diminuição de área plantada de milho na segunda safra em Mato Grosso, devido aos baixos preços praticados pelo mercado. Na região Médio-Norte, por exemplo, o valor da saca de R$ 60 quilos “empacou” na casa dos R$ 12.

Nos cálculos do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), a área de milho na safrinha vai cair cerca de 350 mil hectares, baixando de 3.7 milhões de ha para cerca de 3.35 mi/ha. A mensuração do Imea é feita semanalmente e, a cada levantamento, os agricultores estão informando recuo na área reservada para milho.

Um dos grupos que vai trocar milho por soja na safrinha é o Vanguarda Agro – um dos principais produtores de grãos do país. O presidente da empresa, Arlindo de Azevedo Moura, disse nesta terça-feira, durante uma palestra em São Paulo, que o grupo vai trocar de cultura na segunda safra em cerca de 15 mil hectares.

Na avaliação do presidente da Vanguarda, a substituição do cereal pela oleaginosa deve chegar a 500 mil hectares em Mato Grosso. "Quando o milho está com o preço muito baixo, a segunda safra de soja é uma opção", afirmou Moura, na palestra.

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Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Brasil terá estoques iniciais inéditos de 13,7 milhões de toneladas no próximo ano, demonstrando que a grande quantidade do produto pode comprometer reações no preço do grão na temporada 2013/14.

A produção brasileira deve ser reduzida em 4% no próximo ciclo, com 78,48 milhões de toneladas produzidas, apresentando recuo de 550 mil toneladas em relação à divulgação anterior. O consumo deve se elevar em apenas 2% e as exportações recuarão 14%, registrando 18 milhões de toneladas.

“Em virtude ainda da superoferta, a safra 2013/14 deve encerrar com estoques finais inéditos de 20,66 milhões de toneladas. Com grande estoque de passagem em 2013 e exportações reduzindo em nível mais elevado que o recuo da produção pode haver pressões baixistas sobre o preço do cereal em 2014”, analisa o Imea.
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