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Cidinho alerta para risco de colapso no setor de frango: 'não tem onde estocar, nem mercado para absorver'

Da Redação - Rafael Machado/ Do Local - Jardel P. Arruda

O ex-senador e produtor rural Cidinho Santos (PP) demonstrou preocupação com os impactos da suspensão temporária das exportações de carne de frango após a confirmação de um caso de gripe aviária no Rio Grande do Sul.

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Embora a expectativa seja de que o bloqueio dure até 28 dias, ele destacou que a situação já afeta diretamente a produção e o escoamento da proteína no país, principalmente em estados como Mato Grosso, que vinham ampliando os embarques.

“É preocupante do ponto de vista de que foi a primeira vez que nós tivemos um caso de gripe aviária em uma granja comercial, mas a distância do Mato Grosso e do Rio Grande do Sul é bem extensa. Essa questão de Nova Brasilândia, que foi uma suspeita, não se confirmou, foi que o laboratório não confirmou”, explicou.

Segundo o ex-senador, o maior problema enfrentado atualmente é a suspensão das exportações. “Vários países suspenderam as exportações e isso acaba tendo um impacto nas indústrias”, afirmou.

Ele lembrou que o prazo oficial de suspensão segue protocolo do Ministério da Agricultura e da Organização Mundial de Saúde Animal.

“Hoje começa um prazo de 28 dias. Se em 28 dias não tiver nenhum novo caso de gripe aviária no Brasil, é liberado automaticamente os mercados novamente”, explicou.

No entanto, ele avalia que uma saída mais imediata seria a liberação das exportações para estados não afetados pelo caso confirmado no Sul.

“Estamos trabalhando com a ABPA, juntamente com o Ministério da Agricultura, para que fique essa restrição de mercado de exportações somente no Rio Grande do Sul e libere para os outros estados, porque isso facilitaria muito para nós, principalmente aqui no Mato Grosso”, destacou.

A suspensão, segundo Cidinho, afeta diretamente as contas das indústrias, que agora enfrentam dificuldades para lidar com o excesso de produção.

“Para nós é um momento delicado. A gente faz México, faz União Europeia, faz China. Isso eu não exporto, mas eu tenho que tirar o frango do aviário, porque não passa do peso. Então eu abato o frango e daqui a pouco não tem onde colocar, não tem estocagem, não tem câmara fria que vai suportar essa produção”, explicou.
Ele também alertou que o mercado interno não é capaz de absorver toda a produção.

“Colocar tudo no mercado interno também não tem capacidade, o mercado interno não absorve toda a produção que todas as indústrias teriam nesse momento”, afirmou.

Com o excedente e a impossibilidade de exportar, Cidinho prevê uma queda passageira no valor da carne de frango.

“Sazonalmente vai ter uma diminuição de preço, mas é muito passageiro. Nem porque é tipo assim, China só compra pé de frango, né? Então não tem como colocar todo pé de frango aqui”, comentou.
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