O maior terminal intermodal brasileiro – o Completo Intermodal de Rondonópolis (CIR) - , que deverá ser inaugurado no mês de maio, já nasce com perspectivas de transtornos, uma vez que a estrutura do entorno aponta para um caos logístico na região causado pelo terminal.
Segundo informações divulgadas pela Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), o terminal não deve atender a demanda da produção agrícola da região e ainda deve impactar negativamente no dia a dia da população do município.
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Segundo o vice-presidente da Aprosoja, Ricardo Tomczyk, o que já se pode prever é um grande transtorno por causa do acúmulo de caminhões no entorno do terminal, que é muito próximo do município.
“Esse caos logístico deve-se à falta de estrutura, falta da duplicação do trecho da BR-163 de Rondonópolis ao terminal e pátio insuficiente para estacionar toda a frota de caminhões que se deve receber”, explicou o vice-presidente.
Uma das principais reivindicações da entidade é a duplicação de trecho de 25 quilômetros da BR-163, que liga Rondonópolis ao terminal.
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Na quarta-feira (24) o presidente da Aprosoja e também do Movimento Pró-Logística, Carlos Fávaro, esteve em Rondonópolis para reunião com o vice-prefeito da cidade, Rogério Salles, com objetivo de alinhar estratégias para cobrar o governo federal quanto à duplicação do trecho.
O terminal
O terminal tem potencial para desafogar a produção de soja das regiões Norte e Sul de Mato Grosso, com capacidade para escoar 15 milhões de toneladas por ano e carregar 120 vagões em seis horas.
Para construção do complexo intermodal já foram investidos R$ 700 milhões e a obra ocupará 385 hectares. Em uma área de 230 mil metros, deverá disponibilizar um centro comercial, pátio para estacionamento de caminhões e um posto de abastecimento.
No centro comercial está prevista a construção de um shopping center para atender tanto caminhoneiros como a população da região de Rondonópolis. Neste local haverá lojas comerciais e de serviços, praça de alimentação, setor de serviços públicos e um hotel com 100 quartos.
O pátio tem capacidade para estacionamento de 600 caminhões bi-trem e o posto para abastecimento pode receber até 1.500 veículos por dia. Com toda essa estrutura, o CIR irá gerar três mil vagas de trabalho.