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Terça-feira, 21 de maio de 2024

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audiência pública

“Estão tentando a extinção do pequeno produtor rural”, lamenta atingida por Suiá Missú

“Tiraram a gente à força de lá. Jogaram bomba na casa da gente e impediram a gente de tirar as coisas que nós tínhamos. Perdemos tudo”, diz um dos atingidos pela desintrusão em depoimento dado para um documentário exibido por Valtenir durante a sessão e que fez muita gente ir às lágrimas.

Foto: Vinícius Tavares - Agro Olhar

Dona Luiza morava com a família em Posto da Mata e agora não tem trabalho para pagar o aluguel

Dona Luiza morava com a família em Posto da Mata e agora não tem trabalho para pagar o aluguel

A desintrusão da gleba Suiá Missú ocorrida em dezembro, às vésperas das festividades de fim de ano, deixou cicatrizes não só na pele das pessoas, mas também na alma das famílias atingidas. É o caos da agricultura Luzia Gonçalves de Freitas, de 64 anos, despejada junto com o marido e seus dois filhos em uma ação truculenta executada pelo Poder Executivo Federal.


“Estão tentando a extinção do produtor rural. Estão acabando com ele. Temos que comer. Se a gente não planta, como vai comer?”, questiona a produtora rural, que esteve em Brasília nesta semana para participar de audiência pública na Câmara Federal requerida pelo deputado Valtenir Pereira (PSB-MT) com o objetivo de buscar soluções ao impasse.

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Dona Luiza Gonçalves revela que não existiam problemas de relacionamento com os índios na região e denuncia a Igreja Católica de ter exercido pressão para que as terras fossem entregues à FUNAI.

“Nós era amigo dos índios. Não tinha problema com eles. O problema foi a FUNAI querer as terras. E um bispo da Igreja Católica foi quem ajudou a nos tirar. Hoje tenho vergonha de dizer que sou católica”, se emociona.

Além de perder seu pedaço de terra, ela afirma encontrar dificuldade para arrumar outra atividade. “Gente velha não arruma serviço. Hoje eu pago aluguel. Meus filhos também perderam a atividade. Plantava arroz, mandioca, feijão, engordava porco, galinha e agora não temos mais terra para trabalhar”, revela a ex-moradora de Posto da Mata.

Luiza se recente de nunca ter sido cadastrada pelo governo federal para receber outra terra e a encontrar uma alternativa de sustento. E teme pelo futuro dos jovens
.
"Os jovens hoje estão desorientados. Que Deus nos dê misericórdia e não permita que eles entrem para a bandidagem”, clama a agricultora que agora mora com marido e dois filhos em Alto Boa Vista.

Foram convidados para participar do debate e ouvir relatos como o de Dona Luiza os ministros do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, e da Secretaria de Direitos Humanos, ministra Maria do Rosário.

Apesar do convite e do apelo feito pelos familiares atingidos, que rodaram mais de 1000 quilômetros por estradas para chegar à capital federal, os ministros não compareceram. Enviaram representantes, que ouviram os pleitos, mas não convenceram os ex- moradores de Suiá Missú.

“Tiraram a gente à força de lá. Jogaram bomba na casa da gente e impediram a gente de tirar as coisas que nós tínhamos. Perdemos tudo”, diz um dos atingidos pela desintrusão em depoimento dado para um documentário exibido por Valtenir durante a sessão e que fez muita gente ir às lágrimas.
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