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Sexta-feira, 19 de abril de 2024

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Outrora lucrativo, mercado de commodities é abandonado por gigantes norte-americanas

A maioria dos bancos está retendo unidades que fazem transações relacionadas com commodities para clientes, tais como fundos de hedge, companhias aéreas e empresas de manufatura que buscam apostar em mudanças de preço ou fazer hedge contra riscos, informa o Wall Street Journal.

Foto: Reprodução

Goldman Sachs e uma das empresas sob investigação por prática abusiva no mercado financeiro

Goldman Sachs e uma das empresas sob investigação por prática abusiva no mercado financeiro

O esforço de Wall Street em extrair lucros de usinas de energia, oleodutos e armazéns de metais nos últimos dez anos redundou em nada. Gigantes da economia mundial como Goldman Sachs, J.P. Morgan Chase & Co. e Morgan Stanley estão agora tentando vender seus ativos no setor, após uma década gastando bilhões de dólares para se expandir em todas as áreas do negócio de commodities físicas.

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Contudo, o sonho parece ter acabado. E é isto que revela matéria do Wall Street Journal, uma das publicações especializada em economia mais respeitadas do mundo. "O jogo que conhecíamos parece ter acabado", disse James Malick, sócio da consultoria na área de mercados de capitais Boston Consulting Group. "É difícil ver algo novo [no setor de commodities] que seja maior, melhor ou mais audacioso."

Um sinal aponta para o todo como o mais revelador índice do que ocorre no setor: as entregas de alumínio aos armazéns gerenciados por grandes bancos e negociadoras de commodities despencaram nos últimos meses, destacando a saída de Wall Street do outrora lucrativo negócio de matérias-primas, que agora anda às voltas com mercados estagnados, regras novas e a vigilância dos reguladores.

A vertiginosa queda marca a reversão de uma prática que por muitos anos impulsionou os lucros de operadores de armazéns como Goldman Sachs Group Inc. e Glencore GLNCY Xstrata PLC. As operações dos bancos com armazéns são agora alvo de investigações de várias autoridades dos Estados Unidos, inclusive um comitê do Senado. A Metro International Trade Services manteve nas suas instalações de Detroit um estoque de mais de 1,5 milhão de toneladas de alumínio.

No auge desse negócio, as firmas ofereciam dinheiro, descontos de aluguéis e outros incentivos aos produtores de alumínio para que eles armazenassem o metal em vez de vendê-los a consumidores como cervejarias e fabricantes de refrigerantes, segundo analistas e operadores. Enquanto isso, o tempo prolongado no estoque gerava gordas receitas com aluguel que mais do que compensavam os incentivos pagos.

O recuo dos bancos está sendo estimulado por uma queda nos lucros com matérias-primas diante de mercados menos aquecidos, o que gera menos oportunidades de negócios, e exigências mais severas de capital, que aumentaram o custo de operar no setor. As receitas com commodities nos dez maiores bancos globais de investimento despencaram 57% em 2012 em relação a 2008, para US$ 6 bilhões, segundo a consultoria de pesquisa Coalition. No primeiro semestre de 2013, a receita diminuiu 25% ante o mesmo período de 2012.

Agora sob investigação pela prática considerada desonesta, os bancos alegam prejuízo e tentam, por meio de suas assessorias jurídicas, justificar a debandada de uma prática que antes enchiam seus bolsos com um dinheiro quase livre de impostos.

O governo americano promete apertar o cerco contra tais bancos, mas pelo que já se viu anteriormente, nada conseguirá provar contra o mais rico setor da economia mundial.

Problemas

O Goldman Sachs e a Metro foram alvos de pelo menos quatro ações judiciais do governo nas últimas semanas, sob alegação de práticas abusivas. A empresa negou qualquer irregularidade.

A maioria dos bancos está retendo unidades que fazem transações relacionadas com commodities para clientes, tais como fundos de hedge, companhias aéreas e empresas de manufatura que buscam apostar em mudanças de preço ou fazer hedge contra riscos, informa o Wall Street Journal.

Entretanto, o volume dessas operações caiu acentuadamente, colocando pressão sobre os lucros, devido a regras que limitam a capacidade dos bancos de fazer transações e uma redução nas grandes oscilações do mercado.
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