Os mais de 340 pedidos de liberação de importação e o uso de defensivos agrícolas em análise na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) fizeram com que o Governo Federal tomasse a decisão de baixar, dentro dos próximos 30 dias, decreto declarando emergência para permitir a importação e o uso destes defensivos que não tiveram seus registros liberados.

Ferrugem pode atingir área de soja na região da Gleba Suiá-Missú

Chuvas favorecem surgimento de ferrugem asiática; focos em MT já chegam a 13

O presidente da Associação de Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), Carlos Fávaro, elogiou a ação do Governo Federal. “É inadmissível a demora da Anvisa em liberar o uso de alguns defensivos; o ato do Governo vem para corrigir a insensatez com que o órgão trata os produtores”.

De acordo com Fávaro, o maior penalizado é o produtor, que vê seu produto perder competitividade. A permissão irá ajudar principalmente aqueles que vêm a ferrugem asiática devastar suas lavouras. Dados divulgados pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) mostraram que somente em Mato Grosso os prejuízos diretos provocados pela ferrugem na safra 2012/13 alcançaram US$ 1,5 bilhão, o equivalente a 40 milhões de sacas.

Produtores defendem que os fungicidas para controle da ferrugem asiática, que conta com apenas dois princípios ativos aprovados, tem que ser liberados imediatamente, sob pena de toda a economia brasileira sofrer com a perda de culturas inteiras.

A cobrança feita por Fávaro por mais agilidade por parte da Anvisa encontra explicação em informação dada pelo deputado federal Valdir Colatto (PMDB/RS), que discutiu o assunto nesta quinta-feira (11), com o ministro da Agricultura, Antônio Andrade. “A medida se justifica por causa da falta de estrutura da Anvisa, que para aprovar os novos pedidos de registros feitos pelos fabricantes de agrotóxicos acaba por demorar em demasia”, explica o deputado.

O ministro se comprometeu em levar o assunto com urgência ao Palácio do Planalto. “A presidente Dilma Rousseff, quando era ministra da Casa Civil, exigiu fluidez na liberação de moléculas para atender o setor; acredito na sua sensatez para corrigir o equívoco que vem sendo cometido na demora da liberação destas moléculas”, comentou Fávaro.