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Terça-feira, 30 de abril de 2024

Notícias | Economia

Alta de 5% no preço do diesel eleva custo do frete em 3% em MT

O aumento de 5% no preço do diesel nas refinarias da Petrobras, que entra em vigor nesta quarta-feira (6/3), deve provocar um aumento entre 2,5% a 3% no custo de transporte do frete em Mato Grosso. O cálculo é do diretor executivo da Associação dos Transportadores de Carga de Mato Grosso, Miguel Mendes, que alerta para o fato de o combustível responder por metade das despesas das transportadoras.

Segundo Mendes, de cada R$ 1 mil faturados pelas empresas cerca de R$ 500 são gastos para abastecer os caminhões com óleo diesel. Ele observa que em Mato Grosso o impacto do diesel no custo é maior pelo fato de estar mais longe das refinarias e também por causa da alíquota interna de 17% do Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviços (ICMS).

Mendes observa que o peso do diesel no custo de transporte também se deve às condições precárias das rodovias, que favorecem a ocorrência de acidentes e demora nas viagens. Ele calcula que os valores atuais dos fretes estão em média 40% acima dos registrados em igual período do ano passado, em virtude da alta dos custos, principalmente na questão trabalhista, após a entrada em vigor da nova Lei do Caminhoneiro, que instituiu o descanso obrigatório a cada 4 horas de viagem e repouso de 11 horas ao fim da jornada.

Famato
Os aumentos de preços do óleo diesel nas refinarias neste ano, que somam cerca de 10%, segundo a Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), devem provocar aumento de 1% no custo de produção das principais lavouras em Mato Grosso. Os produtores gastam em média entre 50 a 55 litros de óleo diesel por hectare de lavoura. Aos preços vigentes o gasto com diesel é de R$ 120 por hectare, que corresponde a 10% do custo de produção da soja, explica Seneri Paludo, superintende da Famato.

Segundo Paludo, o impacto de 1% no custo de produção no cenário atual de preços da soja não chega a ser preocupante, mas os produtores devem "deixar a barba de molho", pois o impacto do combustível será grande no caso de retração das cotações da oleaginosa. Ele lembra que a margem histórica de ganho na soja é de 10% a 15%.

O superintendente da Famato observa que a alta de preços do diesel também afeta as margens dos produtores devido aos maiores gastos com o frete, tanto na compra dos insumos (fertilizantes e defensivos) como no escoamento da safra para os portos.
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