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Quinta-feira, 28 de março de 2024

Notícias | Logística

Problemas logísticos no Brasil exigem soluções criativas, diz Ubabef

“Temos uma cultura de esperar o governo fazer as coisas acontecerem para resolver os nossos problemas. Podemos promover investimentos em parcerias público-privadas e mais concessões para a iniciativa privada (de projetos de infraestrutura)”, afirmou o presidente da Ubabef à CarneTec, na feira TecnoCarne, em São Paulo.

A Ubabef terminou recentemente um estudo sobre os custos competitivos da avicultura brasileira em todas as fases de produção, distribuição e venda, e vai apresentar os resultados na sua conferência avícola SIAV, de 27 a 29 de agosto.

“Este estudo mostra que estamos perdendo nossas vantagens competitivas. Os custos trabalhistas, por exemplo, mostram uma diferença absurda entre o Brasil e muitos concorrentes, em parte devido aos impostos e burocracia. Este é um aspecto da nossa luta como uma indústria”, disse Turra.

Portos e aeroportos brasileiros estão classificados, atualmente, entre os piores do mundo, conforme o ranking dos portos (135º) e aeroportos (134º) de 144 países em um relatório recente do World Economic Forum.

As movimentações e o transporte de cargas nos portos brasileiros estão menos eficientes e mais caros do que a maioria das opções de portos concorrentes pelo mundo. Segundo Turra, o custo para se mover um contêiner no porto de Santos (SP) é cerca de US$ 2.215, enquanto em Hong Kong a mesma operação é realizada ao custo de US$ 575. Muitos portos e terminais brasileiros também limitam as operações a apenas oito horas por dia, pouco se comparado às 24 horas de trabalho nos portos mais eficientes do mundo.

A opção pelo modal ferroviário brasileiro foi classificada na centésima posição no estudo WEF, e a infraestrutura rodoviária ocupa o 107º lugar. Hoje, 5% de todas as rodovias do Brasil são completamente pavimentadas, enquanto na Rússia este número chega a 80%. A matriz de transporte do Brasil é dependente de rodovias (65%), contra 29% nos Estados Unidos.

Há um foco maior por parte dos legisladores no Brasil pela indústria manufatureira em geral quanto a estímulos econômicos e reduções de impostos, mas é frustrante a ajuda ao setor avícola, um dos maiores empregadores do País.

A Ubabef e seus parceiros estão trabalhando para incluir as indústrias de processamento de carnes no Brasil Maior, um programa federal lançado em 2011 que oferece às empresas estímulos fiscais imediatos em áreas como compras de máquinas, além de redução de impostos na folha de pagamento para companhias que empregam um grande número de pessoas.

Ele acrescentou que a dependência contínua de alguns setores do agronegócio nacional por exportações de commodities, como o milho e a soja, significa que o Brasil está exportando para outros países o trabalho de agregação de valor aos produtos, deixando de gerar melhores empregos e riquezas em seu próprio País.

“Precisamos nos concentrar no potencial de receita que pode ser alcançado na produção de aves através de mais alimentos processados”, finalizou Turra.
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