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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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China divulga hoje novo freio na alta do PIB

A China divulga hoje o resultado do crescimento do PIB no terceiro trimestre, que deve ser o mais baixo do ano e o sétimo consecutivo de desaceleração da segunda maior economia do mundo. Mas dados sobre crédito e exportações divulgados nos últimos dias levaram analistas a prever estabilização ou leve reação da atividade nos próximos meses.

"O pior provavelmente ficou para trás", disseram economistas do Credit Suisse em relatório sobre a situação do país divulgado na terça-feira. Mas eles ressaltaram que não há motivo para euforia: "Nós esperamos que o ímpeto de crescimento estrutural seja fraco e não prevemos um forte ritmo de recuperação".

A maioria das projeções aponta uma expansão de 7,4% no período julho-setembro, abaixo dos 7,6% do trimestre anterior e da meta de 7,5% fixada pelo governo para o ano. Antes da divulgação do resultado, várias instituições já haviam reduzido suas estimativas de crescimento da China em 2012 para nível inferior a 8%, no que deverá o mais baixo índice desde 1990.

Na semana passada, o Banco Mundial reviu sua projeção para 7,7%, 5 pontos porcentuais abaixo dos 8,2% anunciados em maio. O Fundo Monetário Internacional espera alta de 7,8%.

Mas a expansão do crédito e o crescimento de 9,8% das exportações em setembro foram lidos como indícios de que a economia pode ter atingido o fundo do poço no terceiro trimestre e poderá reagir nos próximos meses.

O volume formal de empréstimos ficou em 623 bilhões de yuans (R$ 202,4 bilhões), abaixo dos 650 bilhões a 700 bilhões de yuans esperadas pelo mercado. Apesar disso, os dados provocaram otimismo porque houve mudança na composição dos financiamentos, com aumento da parcela dos contratos de médio e longo prazos, normalmente destinados a investimentos.

Esse tipo de crédito representou 44% do total em setembro, bem acima dos 25% a 30% no mês anterior, segundo estimativa de Wang Tao, economista-chefe do UBS na China.

Também houve aumento na captação de financiamentos fora dos canais oficiais. Stephen Green, economista-chefe do Standard Chartered, diz que a emissão de bônus pelas empresas atingiu o maior valor trimestral da história, com 735 bilhões de yuans (R$ 238,9 bilhões), enquanto outras formas de crédito que não entram no balanço dos bancos registraram expansão.

"Além da rápido aumento no crédito, nós esperamos que a recuperação na venda de terras e imóveis e a elevação no gasto fiscal em setembro sustente os investimentos", escreveu Tao.

Os economistas do Credit Suisse destacam outros indícios que podem levar à reação do crescimento nos próximos meses, entre os quais a aceleração na aprovação de obras de infraestrutura, o aumento nas vendas imobiliárias e sinais de que as vendas de equipamentos de construção começam a se intensificar.

Outro indicador positivo foi o aumento de 9,9% nas exportações de setembro, que atingiram o recorde de US$ 186,4 bilhões, depois de uma expansão medíocre de 2,7% em agosto. Mas não há nenhuma garantia de que o desempenho se repita nos próximos meses, considerando a debilidade das economias dos Estados Unidos e da União Europeia - principais clientes da China.

A grande dúvida agora é se a segunda maior economia do mundo conseguirá fazer um "pouso suave" e sustentar um ritmo de expansão ao redor de 7,5% a 8% nos próximos trimestres. Mas está claro que o período de crescimento na casa de dois dígitos é coisa do passado.
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