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Domingo, 28 de abril de 2024

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Supercampo adota RT450 para projetos de irrigação de pastagem no Paraná

Até então, a companhia fundada em 1989 limitava seu escopo de serviços ao portfólio comum a várias empresas que atendem o segmento de agronegócios. A nova fronteira de ação envolveu os dois sócios - o engenheiro agrônomo Humberto Luiz Rocco e o engenheiro civil Fernando Rufato. A especialização de Rufato, mestre em recursos hídricos e tecnologias ambientais pela Unesp de Ilha Solteira, sedimentou a iniciativa. Focada principalmente no desenvolvimento e implantação de sistemas de irrigação para pastagens, a SuperCampo também tem histórico na área de cana de açúcar, lembrando que Colorado tem uma das maiores usinas de produção de etanol do Brasil, a Destilaria Alto Alegre.

Quando a empresa paranaense começou a prospectar seu principal mercado – irrigação de pastagens – não houve muita movimentação. O primeiro projeto contou com o empenho pessoal de Rufato e de um ajudante em 2005. Além da pouca cultura de uso em pastagens para gado leiteiro, o processo de irrigação enfrentava a burocracia das licenças ambientais. Dois fatores modificaram o cenário e aqueceram o segmento: a flexibilização da legislação ambiental e o Programa de Incentivo à Irrigação (PIN). No primeiro caso, os projetos de até 10 hectares passaram a ser aprovados pelo Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater). Já o PIN, lançado pelo governo paranaense em 2004, incentivou a técnica em horários noturnos, quando o custo de energia é 70% mais barato. Resultado: o ambiente positivo e a atitude vanguardista da SuperCampo em acreditar no potencial da irrigação de pastos levou à empresa ao sucesso atual.

As linhas de financiamento para irrigação, com juros baixos, e a evolução da tecnologia também ajudaram na adoção da tecnologia na avaliação de Rocco. De acordo com ele, uma área passível de ser trabalhada pode ser medida rapidamente com uso de GPS, permitindo que o projeto esteja pronto em um dia, utilizando-se os recursos de programas como AutoCAD. E mais: uma vez pronto no papel, a execução também tornou-se dinâmica. Aqui entra outra tecnologia adotada pela empresa: o uso da valetadeira Vermeer RT450, comprada em 2012 e cujo retorno de investimento (ROI) já foi comprovado. A máquina já está paga em função da produtividade que agregou à execução das valas.

“Antes da Vermeer era cruel. Tínhamos um equipamento rudimentar, que precisava ser acoplado ao trator, exigindo um redutor de velocidade”, detalha Rocco. De acordo com ele, o arranjo dispersava muita terra gerando poeira excessiva. Se o solo estivesse seco, a máquina adaptada não conseguia operar, situação repetida nas áreas com muita vegetação. Sem uniformidade na profundidade das valas, a máquina rudimentar também exigia modificações adicionais como o uso de sulcador, gerando muita terra dentro das valas. Resultado: a SuperCampo precisava mobilizar a equipe inteira somente para executar a limpeza das valas.

Com a RT450, o salto foi grande. O número de colaboradores, por exemplo, pulou de 7 para 15. Mas eles não estão mais envolvidos em tarefas complementares e sim abrindo frentes para dar conta da carteira de projetos, mobilizando-se entre os empreendimentos. O tempo de execução de um sistema de valas para irrigação caiu em um terço e a SuperCampo passou a ser reconhecida como padrão de qualidade entre os clientes e potenciais clientes.

Para Rufato, a principal contribuição da valetadeira foi eliminar o gargalo de montagem dos sistemas de irrigação, principalmente em solos argilo-arenosos, nos quais chega a executar 400 m por hora. Essa média pode ser dobrada em outros tipos de terrenos, chegando a 800 m/hora. O engenheiro avalia que a produtividade tem margem para ser ampliada mesmo em situações com maior presença de pedras.

“Vencemos desafios como executar as valas em obstáculos com curvas de níveis, quando a profundidade precisa ser maior, mantendo constante o fundo da vala, independente do terreno”, destaca Rufato. Segundo o especialista, a manutenção dos projetos também passou a ser uma dor de cabeça a menos. “Irrigação é um empreendimento de longo prazo e reduzimos em muito as intervenções posteriores, porque o trabalho manual não tem a precisão do realizado com equipamentos de ponta”, complementa.

O uso da irrigação, combinada com maior adubação do solo permite que os pecuaristas da região eliminem a necessidade de compra adicional de terrenos. Além de reduzir custos, os fazendeiros também contribuem para maior sustentabilidade do agronegócio. A otimização acontece ainda por outras vias: um pecuarista com 50 hectares disponíveis pode concentrar a criação de gado em dez por cento do terreno, desde que irrigado, e usar os outros 90% para plantio e outras atividades. Iniciativas como essa permitem o uso mais racional da água, que é um recurso bastante controlado pelos órgãos de fiscalização. A utilização restrita pode ser potencializada com a adoção da irrigação noturna, combinando as tarifas 70% menores de energia, com a redução da evaporação da água intensa durante o dia.

Com um histórico de 350 projetos executados na sua área de cobertura – 200 km a partir de Colorado – a SuperCampo tem todas as métricas para avaliar o sucesso de empreendimentos de irrigação, principalmente os focados em pastagens. Rocco destaca que no noroeste do Paraná a média de lotação é de um animal adulto por hectare. “Se a área for irrigada, pode-se atingir uma lotação de 10 ou até mesmo de 15 animais”, detalha o engenheiro agrônomo. Ele acrescenta que o aumento da densidade exige uma adubação de quatro toneladas, em média, de adubo químico por cada hectare ao ano. “A produção de uma vaca em condições como essa chega a 18 litros por dia, o que paga o investimento”, completa.

De acordo com ele, o projeto padrão tem cerca de 3 alqueires de área (12,6 hectares), sendo que para cada um deles há a instalação de uma média de 2,5 km de tubulações. Com uma fila de projetos que chega a quatro meses de contratos a serem executados, a SuperCampo avalia a compra de uma segunda RT450. “Ela tem se saído bem e nossa frente de trabalho não vive sem a máquina”, finaliza.
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