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Segunda-feira, 17 de novembro de 2025

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avanço do etanol de milho

Déficit no mercado de biomassa coloca Mato Grosso em alerta

Foto: Reprodução

Déficit no mercado de biomassa coloca Mato Grosso em alerta
A crescente produção de etanol de milho em Mato Grosso tem gerado desafios para o mercado de floresta plantada. Embora a madeira de reflorestamento seja a fonte preferencial de energia térmica das indústrias, o ritmo de novos plantios não acompanha a expansão do setor.


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O alerta foi feito pela Associação de Reflorestadores de Mato Grosso (Arefloresta) durante evento da Expedição Silvicultura, em Lucas do Rio Verde. O presidente da entidade, Clair Bariviera, destacou que até 2025/26 o Brasil deve utilizar 13,52 milhões de toneladas de milho para fabricar etanol — demanda equivalente ao consumo de 27 mil hectares de eucalipto por ano. Isso representa um total de 162 mil hectares, caso essa espécie seja a única fonte energética utilizada.

“Atualmente, Mato Grosso conta com dez usinas em operação, sete autorizadas e oito anunciadas. Nos próximos dez anos, a previsão é de que a produção de etanol cresça 104%, exigindo o plantio de mais 168 mil hectares de eucalipto”, explicou Bariviera.

Um dos principais obstáculos é técnico: o ciclo de colheita das florestas plantadas ocorre dois anos após o plantio. Isso significa que é necessário iniciar os investimentos imediatamente para atender à demanda futura. “Precisamos plantar agora para ter energia suficiente daqui a uma década”, ressaltou o presidente da Arefloresta.

Madeira de reflorestamento: energia renovável

Segundo Fausto Takizawa, secretário-geral da Arefloresta, as biorefinarias de etanol de milho dependem cada vez mais da biomassa florestal. “A madeira de reflorestamento é utilizada nas caldeiras para mover turbinas e gerar energia. É uma fonte renovável, mais sustentável que combustíveis fósseis”, destacou.

No entanto, o consumo de lenha nativa no estado dobrou entre 2021 e 2024. O uso de madeira de reflorestamento caiu de 59% para 50% nesse período, um cenário que, segundo Bariviera, exige atenção. “Essa dependência é preocupante num contexto de descarbonização da economia”, alertou.

Potencial e inovação

Mato Grosso possui grande potencial no mercado de biomassa plantada. A conversão de áreas de pastagens em florestas já é uma realidade, e o setor se destaca pelo investimento em pesquisa e boas práticas. Associados da Arefloresta possuem certificação FSC®️ e registraram 21 cultivares de teca no Ministério da Agricultura (MAPA), reforçando o compromisso com a inovação.
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