Olhar Agro & Negócios

Segunda-feira, 17 de novembro de 2025

Notícias | Agricultura Familiar

TECNOLOGIA NO CAMPO

Melhoramento Genético impulsiona produção de leite em propriedades da agricultura familiar em MT

Melhoramento Genético impulsiona produção de leite em propriedades da agricultura familiar em MT
Enquanto a média normal de produção de leite de uma vaca em Mato Grosso é de 4,6 litros por dia, as novilhas atendidas pelo Programa de Melhoramento Genético do Rebanho Leiteiro chegam a registrar 25,4 litros diariamente. O salto na produtividade é resultado da tecnologia de transferência de embriões, iniciativa implementada em 2020 pela Secretaria de Estado de Agricultura Familiar (Seaf), que já transformou a rotina de centenas de famílias da agricultura familiar.


Leia mais:
Incorporada aos Brics, Indonésia habilita seis frigoríficos de MT em meio ao ‘tarifaço’ de Trump

Em Vera (460 km de Cuiabá), o projeto começou em junho de 2022 e mudou rapidamente a realidade de produtores locais. Um exemplo é o casal Sidnei José dos Santos e Luzia Jociane Novask dos Santos, da fazenda Santa Helena, no assentamento Jonas Pinheiro. Antes, com 20 vacas, a produção variava entre 15 e 20 litros por dia, com lactação de apenas quatro a cinco meses por ano. Hoje, com sete novilhas fruto da transferência de embriões, a produção alcança 178 litros diários já na primeira cria.

“Com a tecnologia, os animais produzem mais leite por até nove meses. Na segunda cria, uma vaca que dava 31 litros/dia pode chegar a 35 litros ou mais”, explica Luzia.

A experiência foi possível graças à parceria da Seaf com a Associação dos Pequenos Agricultores Familiares do Acampamento Alto Celeste (Apafaac) e apoio técnico da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer).



Transformação no campo

Para a coordenadora do programa, a médica veterinária Ângela Vânia, os resultados representam uma verdadeira revolução para os pequenos produtores. “Está transformando vidas. O aumento da produtividade do rebanho e da renda devolve ânimo aos agricultores de pequena escala, que percebem a importância da genética de alta produção aplicada nas transferências de embriões”, afirma.

O técnico da Empaer, Fernando Brock, que acompanha a família desde o início, também destaca os impactos. “É indiscutível a qualidade do leite fruto do melhoramento genético. O aumento da produção e das vendas trouxe resultados significativos”, diz. Hoje, o leite da fazenda é vendido à Cooperativa Agropecuária Mista Terranova Ltda, em Terra Nova do Norte.

Outro beneficiado em Vera é o produtor Edson Grankow, do sítio Dona Elizabeth. Contemplado com seis bezerras do programa, já colhe bons resultados. Três delas já deram cria e outras duas estão prenhas.
“Uma delas já produz de 28 a 30 litros por dia. Quando forem vacas, acredito que chegarão a 40 ou 45 litros”, projeta. Sua produção é destinada ao laticínio Sorriso, que recolhe o leite duas vezes por semana.

Conforme o presidente da Apafaac, os ganhos são contínuos. “O produtor já tem um material genético de qualidade. Agora é dar sequência no melhoramento para colher ainda mais resultados”, reforça.

Desde 2020, o programa recebeu mais de R$ 6,7 milhões em investimentos, atendendo 1.080 produtores de 32 municípios, com um total de 4.126 prenhezes confirmadas. Agora, a iniciativa avança para uma nova fase, abrindo espaço para que mais agricultores familiares tenham acesso à tecnologia.

Com a biotecnologia, o tempo de ganho genético é reduzido, permitindo que produtores de pequena escala, que antes não teriam condições de arcar com os custos, alcancem padrões de produtividade equivalentes a rebanhos de alto desempenho.
Entre em nossa comunidade do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui

Comentários no Facebook

Sitevip Internet