A Petrobras está em negociações avançadas para fechar acordos de joint-ventures com as produtoras de etanol FS e Inpasa, como parte do plano da estatal de retomar participação no setor de biocombustíveis. As informações foram divulgadas pela Bloomberg News, com base em fontes próximas às tratativas.

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As duas companhias, que possuem operações em Mato Grosso, são as que mais avançaram entre as cerca de seis potenciais parceiras com as quais a Petrobras mantém conversas. O objetivo é chegar a um acordo até o fim do ano, mas as negociações ainda não são vinculantes e podem resultar em uma ou mais parcerias.

A FS anunciou no dia 24 de agosto a construção de sua quarta unidade em Mato Grosso, localizada em Campo Novo do Parecis. As obras começaram em junho e devem ser concluídas até dezembro de 2026. A companhia já opera três plantas no estado — em Lucas do Rio Verde, Sorriso e Primavera do Leste — e prepara a instalação da quinta unidade em Querência, onde já iniciou trabalhos de terraplanagem e infraestrutura.

Já a Inpasa inaugurou sua primeira unidade no Brasil em Sinop e, em 2020, abriu a segunda em Nova Mutum. Ambas as companhias são as maiores produtoras de etanol de milho da América Latina, segmento que tem crescido rapidamente no país.

A Petrobras, que se retirou do setor na gestão anterior, prevê investir US$ 2,2 bilhões em etanol no plano de negócios quinquenal mais recente. A presidente da estatal, Magda Chambriard, afirmou em entrevista à Bloomberg News que o biocombustível continuará sendo prioridade no próximo planejamento estratégico, tanto como medida de descarbonização quanto como proteção diante da queda esperada na demanda por gasolina.

“Não podemos abrir mão do etanol. Ele é um competidor da minha gasolina e um insumo para o combustível de aviação sustentável”, disse Chambriard.

Segundo a Bloomberg, a Petrobras considera ser uma parceira minoritária nas joint-ventures, com participação de até 49%. A estatal também avalia a possibilidade de acordos múltiplos e não descarta a entrada de terceiros investidores.

A FS preferiu não comentar, enquanto Inpasa e Petrobras não responderam aos pedidos de posicionamento.