O secretário da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec), Cesár Miranda, afirmou que é necessário fortalecer a economia local e deixar de adquirir produtos de empresas que anunciaram a suspensão da importação de alimentos brasileiros. Ressaltou ainda que Mato Grosso é um dos maiores produtores sustentáveis.
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A fala aconteceu após o CEO do Carrefour, Alexandre Bompard, anunciar que a empresa não vai mais importar carne dos países do Mercosul. Atualmente, o estado é o maior produtor da proteína vermelha no Brasil. De acordo com a nota publicada nas redes sociais do CEO, o intuito do veto à importação da carne do Mercosul é fortalecer o mercado interno na França.
Alexandre alegou que os produtores franceses estão indignados com o projeto de acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul, já que a carne não atenderia às exigências e normas da França. Porém, após a nota ser divulgada, a própria empresa afirmou que o veto é válido apenas para os estabelecimentos franceses.
"Somos os maiores produtores de alimentos do mundo e produzimos com sustentabilidade, e fica claro que essa 'conversinha' de Macron, da França para proteger uma meia dúzia de produtores rurais incompetentes, subsidiados pelo governo, faz essa política nacionalista", disse o secretário.
Este é o segundo "boicote" de empresas estrangeiras com produtos alimentícios do Brasil. Em outubro, o diretor financeiro da Danone, Jurgen Esser, afirmou à agência de notícias Reuters que a multinacional não estava mais comprando soja brasileira e passou a adquirir a oleaginosa de países asiáticos. O motivo seria um ajuste antes de a legislação da União Europeia sobre o desmatamento entrar em vigor.
"Não vamos comprar mais produtos da Danone, não vamos mais ao Carrefour, no Atacadão. Vamos defender o que é nosso, vamos defender o comércio do bairro, que tem um brasileiro lá. E aqui em Mato Grosso, trabalham dia e noite para crescer. Não precisamos da França, ela que coma repolho, que coma patê de fígado de pato, que é o que eles conseguem produzir. Chega de vinho francês, vamos ter o mesmo nacionalismo", ressaltou.