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Terça-feira, 10 de dezembro de 2024

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ALÉM DA COBRANÇA DE PEDÁGIO

Reserva indígena arrecada R$ 10 milhões por ano com produção de milho e soja

Foto: Ilustração/Pedro Silvestre/ Canal Rural

Reserva indígena arrecada R$ 10 milhões por ano com produção de milho e soja
Aldeias indígenas de Mato Grosso têm arrecadado cerca de R$ 10 milhões por ano, por meio do plantio de soja, milho e feijão, junto com a cobrança de pedágio de veículos que atravessam por estradas asfaltadas dentro da reserva. O jornal Folha de S. Paulo trouxe um panorama sobre as atividades de aproximadamente 3 mil indígenas, que vivem na reserva Utiariti, localizada entre Sapezal e Campo Novo do Parecis, a terceira e quarta cidades que mais produzem grãos no país, respectivamente.


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Conforme a reportagem, a aldeia não possui licença do Ibama para realizar tais atividades, no entanto, a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) presta um apoio velado. Na região, são cerca de 86 aldeias que produzem grãos em uma área de 17 mil hectares. Ao todo, a reserva possui 1,2 milhão de hectares.

Em entrevista ao veículo, o responsável pela produção agrícola em uma das quatro cooperativas da reserva, Arnaldo Zunizakae, 51 anos, filho de cacique, afirma que o dinheiro levantando na reserva é distribuído igualitariamente para todos os indígenas, sob valor aproximado de R$ 3.330, por ano.

Nos pedágios, são cobrados R$ 10 para motos e até R$ 50 para carretas. Além da produção de grãos para venda, as aldeias cultivam pequenas lavouras para subsistência, junto com criações de animais.

Outro ponto levantado por Zunizakae é que a maioria dos indígenas da reserva votaram no ex-presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), nas eleições de 2022, pois ele defendia a exploração econômica das terras indígenas. Apesar disso, foi no governo Lula, em 2003, que as aldeias começaram a usar a área da reserva para uso comercial.

"Decidimos que era o certo a fazer e fizemos", diz Zunizakae. "Antes de começarmos a produzir, tínhamos vários problemas de desnutrição nas aldeias, com a morte prematura de crianças".

Os moradores da aldeia vêm lutando para obter um licenciamento ambiental formal, e já assinaram um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) que os impede, por exemplo, de plantar produtos transgênicos na área. Quando o licenciamento estiver concluído, a reserva pode atingir 50 mil hectares de plantações, ao longo de 30 anos.

Como as terras pertencem à União, os indígenas também não conseguem financiamento bancário para auxiliar na produção, e por isso, acabam penhorando parte da safra.

"Ao contrário dos produtores convencionais, que têm anos para pagar empréstimos, pagamos todos os anos com as sacas que produzimos, correndo o risco de termos parte da safra frustrada por condições adversas", diz Zunizakae.

Confira a matéria na íntegra aqui.
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