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Terça-feira, 15 de outubro de 2024

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impacto nos custos operacionais

Novo Plano Safra e a reinvenção do agro diante de um cenário de preços que incomodam o setor

Novo Plano Safra e a reinvenção do agro diante de um cenário de preços que incomodam o setor
Visando proporcionar novas possibilidades para as próximas safras de grãos, os organizadores de eventos do agro, têm apresentado sugestões para aliviar o descontentamento do setor que vive um momento desconfortável no aspecto de preços.


A soja que chegou a R$ 190, está na média de R$ 120 a saca e o milho caiu pela metade em relação ao ano passado (semana 18 a 25 de junho 2023, MT).

Vários fatores influenciam nas quedas e no final das contas, ficam as dores de cabeça em relação aos próximos plantios, em especial o da soja que em Mato Grosso começa em setembro.

O vice-presidente da ACRIMAT, a Associação dos Criadores de Gado em Mato Grosso, Fernando Conte, entende que a baixa do milho favorece pontualmente alguns segmentos como os de confinamento ou terminação a pasto. Contudo, aumenta a concorrência com outras proteínas.

"Se pensarmos no consumidor final, que bom que tem várias opções e uma expectativa de aumento no consumo. Mas olhando da porteira para dentro sob a avaliação do nosso setor, quando cai o preço do milho, devem cair também do porco e do frango, que de certa forma concorrem com o gado. Lembrando que nem todo o  nosso gado é confinado; logo o milho influencia mas não impacta muito, não", detalha o líder classista e pecuarista na região de Juara, norte de MT.

A longo prazo, a turma da botina acredita na influência da Ferrogrão, a ferrovia que deve ligar Sinop em Mato Grosso a Miritituba no estado do Pará. Os trens vão levar grãos e trazer insumos, algo que ainda demora um pouco para começar mas denota esperanças, segundo o diretor técnico da ACRIMAT Chico Manzi.

"Somos referência na produção e temos uma estrutura de logística com atraso de 40 anos, o que atrapalha o escoamento, aumentando os custos. Felizmente, a ferrovia começa a ir além do projeto, logo vamos ter essa realidade aos nossos olhos", falou Manzi.

A curto prazo, os agricultores estão de olho nos custos das próximas safras. Isso passa pelos insumos e uma das alternativas são os produtos biológicos, atualmente bem aceitos pelo mercado e por pesquisadores que reconhecem a eficiência, ao mesmo tempo em que recomendam novas pesquisas. O engenheiro agrônomo, Ricardo Luiz, que recentemente palestrou no Show Rural em Colíder MT, aponta para o uso consorciado de químicos e biológicos.

"Eu sou favorável aos biológicos, eles estão consagrados por exemplo, no combate a insetos, lagartas e outras situações. Contudo, são relativamente novos e para outras pragas e doenças já tem novas pesquisas visando testá-los. Penso que podem conviver de forma equilibrada com os químicos", entende o palestrante.

De olho na motivação do setor, o palestrante e um dos principais articulistas do agro, José Luiz Tejon, fala que o Plano Safra, previsto para ser anunciado na próxima terça-feira (27), pode chegar a casa de R$ 800 bilhões de reais. Ele defende novos valores para a armazenagem e o seguro rural. Independente disso, lembra que o setor é mais forte do que o momento pelo qual está passando.

"Vocês já viveram algo parecido, os políticos sempre foram inferiores a vocês. O agro sempre é mais forte do que qualquer governo, acreditem," argumentou Tejon em palestra para produtores rurais em Colíder, Mato Grosso.

A Aprosoja e a FAMATO vão na mesma linha de pensamento. O líder do segmento, Ilson Redivo, que faz parte das duas instituições, responde também pelo sindicato rural de Sinop em MT e atesta as palavras do palestrante, com referências no passado.

"Sempre houve crises, essa é mais uma. Vai passar. O desafio é a gente se preparar para que quando chegue o novo momento, não sejamos pegos de surpresa. Nosso estado é produtivo e ambientalmente correto. Há novidades chegando que vão facilitar nossa atividade, no campo da tecnologia e da infraestrutura e por isso é importante reagir e não se acomodar diante do quadro atual", conclui Redivo.
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