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Domingo, 28 de abril de 2024

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RESULTADO EM MAIO

UFMT avança nos estudos sobre nanotecnologia para estimular crescimento de plantas no agro

Foto: Reprodução

UFMT avança nos estudos sobre nanotecnologia para estimular crescimento de plantas no agro
Cientistas da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) seguem desenvolvendo pesquisa sobre nanotecnologia sustentável para ser utilizada no agro. A pesquisa visa transformar resíduos urbanos e rurais em Bio Carbon Quantum Dots (Bio-Cdots), que pode ser usado para estimular o crescimento de plantas e, assim, apoiar o agronegócio. O resultado final da pesquisa será divulgado em maio.

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De forma resumida, o professor Adriano Buzutti de Siqueira, do Instituto de Ciências Exatas e da Terra (ICET), e sua equipe transformam efluentes de granjas suínas (a água que é usada na limpeza das granjas de confinamento) em um produto a ser aplicado em plantações, no intuito de melhorar o processo de fotossíntese. Isso funciona porque essa água (e diversos outros tipos de resíduos, como o esgoto urbano) é constituída por materiais orgânicos, ricos em carbono.

Quando submetidos a altas temperaturas e pressões nos processos de carbonização/pirolise, a matéria orgânica se desfaz e se transforma em nanopartículas de carbono luminescentes. Estes nanomateriais possuem  propriedades distintas de interação com a luz solar, permitindo às plantas uma captação mais eficiente desta.

“A ideia dos Carbon Quantum Dots (ou pontos quânticos de carbono) seria substituir aqueles por algo que não agrida o meio-ambiente e, principalmente, que não seja tóxico ao ser humano, o que ampliaria sua aplicação para áreas como a medicina e agricultura”, afirmou a professora. 

Carbon Quantum Dots são feitos de materiais orgânicos, geralmente de substâncias puros, como o ácido cítrico (constituinte do suco de limão); mas essa pesquisa se concentra em  produzir “Bio Carbon Quantum Dots”, aproveitando os materiais orgânicos contidos em resíduos urbanos e rurais, o que seria “lixo” ou até “poluição”.

A pesquisa continua no sentido de investigar de maneira mais aprofundada como deve ser a aplicação dos bio-cdots para aumentar a produtividade de culturas matogrossenses. Se é na folha ou na raiz, por exemplo. E também como viabilizar financeiramente a produção de bio-cdots para agricultores, estimulando uma economia circular e sustentável.

Esse projeto rendeu aos pesquisadores uma indicação da Associação Brasileira de Ciências (ABC) para representar o Brasil no Frontiers Planet Prize: Ciência para um planeta sustentável. Apesar de não terem alcançado o prêmio, a nomeação em si já reforça a inovação e importância do trabalho.
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