Ao custo de R$ 774,59, Cuiabá tem a segunda cesta básica mais cara entre as capitais do país, atrás somente de São Paulo. Esse valor compromete 59% da renda de quem sobrevive com salário-mínimo de R$ 1.302.
Na capital paulista a cesta básica custa R$ 779,38.
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Apesar do valor alto, em referência ao mês de fevereiro, ficou 3,65% mais barato do que o registrado em janeiro, segundo Instituto de Pesquisa e Análise da Fecomércio Mato Grosso (IPF-MT). A análise do IPF mostra que a cesta básica de Cuiabá segue tendência de queda em seu valor médio mensal, juntamente com outras 13 capitais, com somente Belo Horizonte apresentando a maior variação negativa, (-3,97%). Logo atrás vem Rio de Janeiro e Campo Grande, com -3,15% e -3,12%, respectivamente.
Os principais itens que contribuíram para a queda mensal no preço foi a batata, com recuo de -12,98%, e o tomate, com retração de -20,04%. Ao todo, nove dos 13 produtos analisados mostraram recuo. Já o leite e, consequentemente, a manteiga apresentaram aumento no preço, de 8,45% e 3,47%, acompanhado do arroz, com alta de 5,75%.
O superintendente da Fecomércio-MT, Igor Cunha, lembra a escalada de posições que a capital registrou nos últimos meses. “Em meses anteriores, Cuiabá permanecia entre o 4º e 6º lugar. A alta no preço dos alimentos nos colocou em um patamar alto nos dois primeiros meses do ano, quando assumimos a segunda posição”.
Este cenário, segundo análise do IPF-MT, pode significar características econômicas específicas em Mato Grosso, como a alta empregabilidade registrada, o que acarreta uma população com maior poder de compra e isso, por fim, pode influenciar em uma inflação diferente do averiguado em outros locais do país.
É o que destaca Igor Cunha, ao explicar a crescente da cesta básica em Cuiabá na comparação com outras capitais. “Uma renda maior e mais circulante, como mostra a crescente operações de crédito no estado, por exemplo, pode contribuir para uma alta no consumo e impactar na inflação de Mato Grosso”.
Além disso, o Instituto reforça que o estado possui dependência do transporte rodoviário, que interfere na forma como os preços e as cadeias de produtos vão se comportar na região.