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Sábado, 27 de abril de 2024

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LIDERANÇA E CARREIRA

Por que dormimos e o que isso tem a ver com o seu trabalho

Foto: Beatriz Coningham

Por que dormimos e o que isso tem a ver com o seu trabalho
BOM DIA, DORMIU BEM?
 
Beatriz Coningham é doutora em Desenvolvimento de Recursos Humanos pela George Washington University em Washington, D.C., e presidente da empresa de consultoria HabilisGlobal.
 
No meu último artigo começamos a explorar o tema do bem-estar e produtividade, duas coisas que muitos profissionais querem. Mas será que é possível estar saudável e feliz e ao mesmo tempo produzindo o melhor de si no trabalho?
 
Para este artigo, busquei inspiração em um fantástico cientista da atualidade, Matthew Walker, Professor de Neurociência e Psicologia e Diretor do Centro de Ciência do Sono Humano na Universidade da California em Berkeley.
 
Antes de continuar, responda mentalmente esta pergunta: Por que dormimos?
 
Dica: Não é só porque estamos com sono. A última década de pesquisas sobre o sono está revelando que, durante o sono, o corpo humano executa tarefas essenciais para a nossa saúde física e mental. Enquanto dormimos, organizamos, consolidamos e integramos memórias, trabalhamos traumas e ansiedades e até resolvemos problemas. O sono em quantidade e qualidade suficientes fortalece o sistema imune, cicatriza, restaura e recupera o corpo. Quando encurtamos o sono, estamos interrompendo essas tarefas e causando danos à nossa saúde. Alguns desses danos levam a uma queda imediata em nosso foco, capacidade de aprender, claridade de pensamento e produtividade em geral. Outros vão se acumulando ao longo dos anos e revelam-se mais tarde na forma de doenças. Segundo Matthew Walker, uma vez que a duração de seu sono caia para abaixo de sete horas, é possível medir objetivamente os impedimentos que são criados em seu cérebro e corpo.
 
Dormir saiu de moda?
 
Estamos aos poucos ocupando mais e mais o tempo antes dedicado a descansar e dormir. É o trabalho que não pode esperar, a nova série que você quer assistir de uma vez só, os estudos de última hora para aquela prova na faculdade. Estas escolhas somam-se às situações em que não temos outra opção. O cuidado de uma pessoa hospitalizada, um bebê que exige atenção várias vezes por noite, o vôo que sai às três da manhã, a insônia que bate de vez em quando.
 
Você já ouviu a expressão “Eu durmo depois que morrer”?
 
Com quem tem essa atitude Matthew Walker é radical: “Quanto menos você dorme, mais curta é sua vida.” A Natureza levou 3,6 milhões de anos para evoluir a necessidade de dormir 7 a 9 horas, em média, para a pessoa adulta. Tentar lutar contra a biologia é perigoso.
 
Em um dos estudos conduzidos por Walker e sua equipe em Berkeley, eles investigaram como a falta de sono afeta a capacidade de aprender. O estudo observou dois grupos em laboratório – um em que as pessoas puderam dormir 8 horas e outro em que as pessoas foram mantidas acordadas por toda a noite (sob supervisão médica). No dia seguinte, os integrantes de ambos os grupos foram colocados em um escâner de ressonância magnética com instruções para aprender uma longa lista de fatos enquanto a atividade de seus cérebros era fotografada.
 
Quais foram os resultados?
 
Nos cérebros das pessoas que tiveram uma boa noite de sono, as imagens de ressonância magnética mostraram atividade saudável relacionada à aprendizagem. Nas pessoas que não puderam dormir, foi impossível notar qualquer atividade significativa. Foi como se a noite em claro houvesse apagado a capacidade das pessoas de memorizar e toda nova informação estivesse sendo rejeitada.
 
Num mundo em que temos que entender, interpretar e digerir quantidades espantosas de informação a cada momento, ter essa capacidade prejudicada, principalmente de maneira crônica, pode levar a uma queda na sua habilidade de compreender situações complexas e na qualidade das suas decisões. Ou seja, duas das funções mais importantes para uma pessoa em posição de liderança estarão abaladas.
 
Este é apenas um exemplo dos efeitos danosos da privação de sono. Todos os principais sistemas fisiológicos do corpo ou do cérebro tornam-se mais eficientes com uma boa noite de sono e são danificados quando não dormimos bem ou quando não dormimos o suficiente.
 
Um paradoxo: dormir para ser mais produtivo.
 
Existem muitos hábitos que podem nos ajudar a dormir melhor—e melhorar nossa produtividade no dia seguinte. Cada pessoa precisa escolher os hábitos que se encaixarão melhor em seu estilo de vida e personalidade. Alguns exemplos:
- Expor-se à luz do sol primeira coisa pela manhã para regularizar o ritmo circadiano.
- Não consumir cafeína depois das 15:00 horas.
- Usar iluminação suave após o jantar.
- Interromper o uso de eletrônicos e parar de olhar para telas depois das 20:00 horas.
- Diminuir a temperatura do quarto de dormir antes de deitar-se.
- Escurecer o quarto de dormir (fechar cortinas, apagar todas as luzes).
- Criar uma rotina relaxante para antes de dormir: tomar um banho morno, ler um livro calmante (físico), meditar.
 
Se quiser aprender mais sobre como potencializar os benefícios do sono para uma boa performance profissional, uma leitura excelente é Por Que Nós Dormimos: A Nova Ciência do Sono e do Sonho, de Matthew Walker.
 
Até semana que vem. Enquanto isso, durma bem!
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