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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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Ataques de gafanhotos são esporádicos e prejudicam mais as plantas jovens, diz especialista

Foto: Reprodução

Ataques de gafanhotos são esporádicos e prejudicam mais as plantas jovens, diz especialista
Um ‘ataque’ de gafanhotos preocupa produtores de doces caseiros na região de Quintas do Bandeira, em Cuiabá, há cerca de duas semanas. Os animais, que são herbívoros, passaram a se alimentar das folhas e frutos dos cajueiros e mangueiras. Segundo o agrônomo Marcio do Nascimento Ferreira, no entanto, este tipo de ocorrência é esporádica e pode prejudicar, principalmente, as plantas mais jovens.

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“A gente pode considerar esse tipo de ocorrência esporádica. Isso faz parte do ciclo de vida dos gafanhotos, porque o ciclo é longo”, explica o professor. Segundo ele, um gafanhoto leva muitos anos para se desenvolver e, por isso, seu ciclo de geração é de cerca de um ano. “Os ciclos de ocorrência [dos ataques] geralmente acontece a cada década ou quinquênio. Ou seja, a cada 5 anos, a cada 7 anos, aparece um surto de uma determinada espécie em uma região. E esse surto vai depender do tamanho da população que conseguiu se formar naquela localidade, podendo trazer prejuízo financeiro”.
 
Márcio é graduado em agronomia pela Universidade Federal de Lavras, tem mestrado em Fitossanidade (Entomologia) pela Universidade Federal de Lavras (1991) e doutorado em Ciências Biológicas (Entomologia) pela Universidade Federal do Paraná (2003). Atualmente é Professor Associado, da Faculdade de Agronomia e Zootecnia - FAAZ, da Universidade Federal de Mato Grosso - UFMT, e está desde 1994 no Departamento de Fitotecnia e Fitossanidade.
 
Segundo o especialista, por conta deste ciclo de vida do inseto, os animais vão embora com a mesma facilidade com que chegaram. O prejuízo que vão deixar depende muito do tamanho da plantação e da idade das plantas. “As plantas novas, se um monte de gafanhotos começarem a roê-las, acabam morrendo. Mas uma planta adulta dificilmente vai morrer com um ataque de gafanhoto, porque ela tem uma grande capacidade de rebrotar”, explica.


Árvore com gafanhotos na Quintas do Bandeira 

Estes insetos, segundo Márcio, são muito temidos por serem gregários. Ou seja, eles andam em bando, apesar de não desenvolverem sociedades complexas (como, por exemplo, as abelhas). “Isso faz com que eles sejam temidos, porque eles estão sempre juntos, todos voam juntos e caem na mesma área”.
 
Se a população de gafanhotos em uma área for muito grande, pode ser que eles se mudem para outra região, em busca de novas fontes de alimento. “Eles são insetos mastigadores, roem tudo o que encontram de coisa boa para se alimentar. Mas não são todas as plantas! Tem planas que eles não comem porque não é nutritivo pra eles. Tem preferência por gramíneas, como cana de açúcar, arroz, milho”, explica. Segundo Márcio, caju e manga não são as preferências do inseto, e provavelmente eles estão no local por falta de outras opções.
 
Para se livrar dos animais, o mais indicado é também o mais simples: catação manual, ou seja, espantar os insetos da planta e pisoteá-los. Este método funciona em pequenas plantações domésticas. Caso o ataque aconteça em áreas maiores, o mais indicado é procurar um técnico agrícola.
 
Apesar de assustar os moradores, Márcio explica que o inseto é inofensivo para os seres humanos. “Ele não causa nenhuma transferência de doença, não morde, não pica, não envenena. São inofensivos para o ser humano, diretamente”. O único ‘mal’, mesmo, pode ser no bolso do produtor.
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