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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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PELA PRIMEIRA VEZ

UFMT e Rota do Oeste desenvolvem pavimento de alto desempenho utilizando material reciclável

Foto: Reprodução

UFMT e Rota do Oeste desenvolvem pavimento de alto desempenho utilizando material reciclável
Um composto asfáltico elaborado especificamente para atender as características da BR-163/364, em Mato Grosso, começou a ser testado no processo de restauração da rodovia BR-364 nesta terça-feira (11). É a primeira vez que uma rodovia do estado tem produto reciclado no processo. A etapa faz parte do projeto de pesquisa “Aproveitamento de Resíduos de Pavimentos Asfálticos (RAP) em regiões de alta temperatura e tráfego pesado”, realizado pela Rota do Oeste em parceria com a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).

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O produto que entra em teste tem como novidade o reaproveitamento do fresado, material superficial removido das rodovias durante o processo de recuperação do pavimento, que antes era descartado. Durante o estudo da Rota do Oeste e UFMT, foi constatado que é possível incluir até 30% do material já utilizado em novas massas asfálticas, garantindo a economia de agregados e ligantes, mantendo a mesma qualidade, desempenho e durabilidade da rodovia.
 
O material foi desenvolvido exclusivamente para atender as necessidades da BR-163/364, que possui intenso tráfego de veículos pesados durante todo o ano, com aumento no fluxo de veículos na época de escoamento da safra (que vai de janeiro a março) e ainda sofre impactos causados pelas condições climáticas características da região centro-oeste, com épocas bem definidas e divididas entre calor e chuvas intensas.
 
Agora, a equipe entra na terceira etapa da pesquisa, que é validada pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). O estudo foi realizado no laboratório de controle tecnológico de pavimento da Concessionária, localizado na sede da Rota do Oeste e recebeu alunos e professores do curso de Engenharia de Trasnportes da UFMT. O objetivo final é aplicar a tecnologia em futuras obras de implantação e restauração em todo o trecho sob concessão da BR-163, que vai de Itiquira (km 0) à Sinop (km 855).
 
“O projeto da Rota do Oeste é muito importante porque assim, podemos implantar a ação no nosso estado. Nós vamos partir para os trechos experimentais justamente para testar na prática, o que já constatamos dentro de laboratório. Até hoje não tínhamos uma destinação nobre para este resíduo e esta é a oportunidade de mudar este cenário”, explica o professor de Engenharia de Transportes da UFMT, Luiz Miranda.
 
O coordenador de Engenharia da Concessionária, Rheno Tormin, diz que antes de ser reutilizado, o fresado passa pelos processos de beneficiamento e caracterização. “O material que é retirado acaba vindo em blocos grandes, então ele passa pela secagem, peneiramento, homogeneização, determinação da granulometria, densidade e teor de ligante”, explicou o coordenador.
 
“Essa pesquisa tem três vieses que se somam. Eu, particularmente, me sinto agraciado por poder participar dela. Para a UFMT está sendo uma oportunidade de alongamento do conhecimento, nós observamos uma realidade atual e ficamos detentores de algo que é repassado para os alunos. A formação deles, depois dessa parceria, é muito superior ao que vínhamos fazendo”, disse Miranda.
 
O professor do curso de Engenharia dos Transportes da UFMT, Regis de Bel, também considera a ação um ganho. “Essa pesquisa, que é de ponta, é importante para todos, pois estamos falando da reciclagem da pavimentação asfáltica. Acredito que seja extremamente importante para a UFMT, pois os alunos podem se envolver por meio do estágio, gerando conhecimento, que é aplicado dentro de sala de aula, na disciplina de pavimentação”, afirmou Regis.
 
O encarregado da planta industrial na MT Sul, empresa responsável por preparar o asfalto que será aplicado no teste, João Paulo Vitoriano, disse que já trabalhou com reciclados fora de Mato Grosso, mas afirma que “com um estudo aprofundado assim, é a primeira vez”. Ele considera que a Concessionária está sendo desbravadora no assunto e acredita que o resultado tem tudo para ser satisfatório. “Não consigo classificar o maior ganho, ambos são importantes. toda porcentagem que se deixa de usar de matéria-prima para reaproveitar algo que seria descartado, já é um ganho. Tanto para economia, quanto para o meio ambiente”, comemorou João.
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