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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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10 ANOS PARADO

Reativação do serviço de transplante renal deve promover economia anual de R$ 10 milhões ao Estado

Foto: Ministério da Saúde - Divulgação

Reativação do serviço de transplante renal deve promover economia anual de R$ 10 milhões ao Estado
A reativação do serviço de transplante renal deve promover uma economia anual de aproximadamente R$ 10 milhões ao ano aos cofres públicos de Mato Grosso. A avaliação é da secretária adjunta de Controle e Avaliação da Secretária de Estado de Saúde (SES-MT), Fabiana Bardi.

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“Nos últimos anos, o Estado vem gastando com o TFD [tratamento fora de domicílio], principal órgão de encaminhamento desses pacientes para outras cidades, algo em torno de R$ 22 milhões. Deste total, 50% era exclusivo para atender pacientes da nefrologia. Com a retomada do transplante dentro do Estado, estimamos economia de aproximadamente R$ 10 milhões por ano”, informou Bardi.

De acordo com o relatório de TFD da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT), em 2019, o custo para enviar pacientes para tratamento fora de Mato Grosso atingiu o montante de R$ 18,5 milhões, sendo o terceiro maior valor registrado. Em 2018, o valor gasto foi de aproximadamente R$ 16,9 milhões. Já em 2017, a secretaria registrou o maior custo aos cofres públicos, R$ 21,1 milhões.  

Ainda em 2019, R$ 1 milhão foi utilizado com ajuda de custo para alimentação de pacientes e acompanhantes. Somados os valores de 2019, foram pagos cerca de R$ 28 milhões com passagem e ajuda de custo aos pacientes.  

A coordenadora Estadual de Transplantes, Fabiana Molina afirma que esse custo em 2019 foi necessário para “atender ao total 150 pacientes encaminhados para tratamento pré-transplante”. Mais da metade dos pacientes foram para tratamento renal, pois “em 2019, tivemos que encaminhar 77 pessoas para fora do Estado”.  

Com a reativação da oferta do serviço, outro importante benefício é a agilidade do processo para a realização da cirurgia aos pacientes de Mato Grosso. Antes da reativação, todos eles dependiam da disponibilidade do agendamento em perspectiva nacional, gerando um maior tempo de espera. Agora, o tempo de espera é reduzido e a SES-MT garante aos pacientes toda a assistência com medicação, consultas e acompanhamento in loco do procedimento até a sua conclusão.

Primeiro transplante em mais de 10 anos

O programa de transplante renal iniciou suas atividades em 1999. Porém, a última cirurgia de transplante de rim realizada em Mato Grosso ocorreu em maio de 2009. O reflexo da desativação desse procedimento foi o acúmulo de pacientes na fila de espera e que precisaram ser encaminhados para outros Estados para realizar o procedimento. De acordo com os dados da Central de Transplante da SES-MT, atualmente, 1.800 pacientes estão realizando hemodiálise. A estimativa é de que 50% dessas pessoas tenham indicação para o transplante renal.

A oferta do serviço foi restabelecida no dia 14 de janeiro, após a realização do primeiro procedimento cirúrgico que transplantou o órgão entre duas irmãs, Glacelise Bettini da Silva Medrado, de 42 anos, receptora do órgão, e Carmem Regina da Silva Medrado, de 47 anos, doadora. A cirurgia, que durou aproximadamente sete horas, sem nenhum tipo de complicação, foi realizada pela equipe do Centro Cirúrgico do Hospital Santa Rosa, unidade credenciada pelo Ministério da Saúde para realizar a operação de transplante renal no Estado.

Serviço de transplante renal

Em Cuiabá, uma equipe de profissionais realiza o trabalho de monitoramento nos hospitais. Esse processo é feito todos os dias, durante 24 horas, para orientar e identificar os casos de possíveis mortes encefálicas (condição primária para se validar um doador de órgãos).

Os órgãos retirados são doados e destinados aos pacientes que necessitam dos transplantes e que estão aguardando na Lista Única definida pela Central de Transplantes da SES-MT, acompanhada pelo Ministério da Saúde.

O transplante renal é realizado por meio de cirurgia de alta complexidade entre doadores. O processo de doação pode ser realizado de dois modos: o doador vivo ou doador falecido. O vivo pode ser qualquer pessoa saudável que concorde com a doação e que seja compatível com o receptor.

Esse doador pode doar um dos rins, parte do fígado, parte da medula óssea e parte do pulmão. De acordo com Lei n°10.211/2001, para casos de doação de transplante intervivos, parentes até o quarto grau e cônjuges podem ser doadores. Pessoas que não são parentes, somente com autorização judicial.

Doadores falecidos são aqueles que tiveram o diagnóstico de morte encefálica, geralmente são vítimas de traumatismo craniano ou Acidente Vascular Cerebral (AVC). Após o atestado da morte é necessário ter a permissão, documentada, de autorização da família.

Após os procedimentos formais de autorização, é a equipe da Central de Transplantes, setor de captação de órgãos e tecidos, que fica responsável por todo o processo de organização logística para a realização dos procedimentos de retirada e disponibilização dos órgãos e tecidos doados.
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