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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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​AGRODAY

Em ação para alunos e professores, engenheira apresenta tecnologia que busca reduzir uso de defensivos químicos

Foto: Reprodução / Pensamento Verde

Em ação para alunos e professores, engenheira apresenta tecnologia que busca reduzir uso de defensivos químicos
A engenheira agrônoma Cristiane Aparecida de Paula tem trabalhado com uma tecnologia revolucionária para a agricultura. A profissional atua em uma das fazendas do Grupo Bom Futuro e compartilhou um pouco dos seus conhecimentos sobre agricultura regenerativa com professores e alunos que participaram do Agroday, no último dia 13.

Cristiane explicou que esta técnica apresenta o uso de defensivos biológicos, que demandam menos defensivos químicos para a proteção das plantas e são melhores para a saúde do solo.
 
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A engenheira afirmou que o cenário do agronegócio no Brasil mudou muito nos últimos 40 anos. Ela explicou que com as novas tecnologias o Brasil passou de um país importador para um país exportador. Em Mato Grosso as fazendas do Grupo Bom Futuro produzem duas safras por ano, por causa destas tecnologias, mas também dependem do clima de nossa região para obter bons resultados.
 
“É uma agricultura focada em alto rendimento, de alto valor agregado e alto custo. [...] Por exemplo, está prevista chuva para o dia 5 de outubro. Nós costumamos a plantar até o dia 17 de setembro. Então olhem as variações que vão sofrendo ao longo do tempo”.
 
Ela explica que antigamente o trabalho era puramente manual, com uso de defensivos químicos, e mesmo agora com os avanços tecnológicos estes produtos ainda são necessários.
 
“Nós não usamos esses produtos químicos aqui porque a gente quer, é porque nós precisamos. Se não usar o herbicida, por exemplo, em uma lavoura de algodão, o que teria na entrelinha do algodão? Mato. Esse mato estaria competindo espaço com o alimento, competindo por nutrientes”.
 
A profissional afirma que hoje buscam uma agricultura mais sustentável no aspecto do solo, de negócio, das boas relações de trabalho, porque a cadeia deve funcionar em harmonia para que a produção seja mais eficaz. Tudo isso em sintonia com os avanços tecnológicos.
 
“No passado, a tração era basicamente animal. Hoje, para se ter rendimento, utilizar aquela janela de plantio que cada vez fica mais curta, nós buscamos máquinas cada vez mais potentes e maiores para otimizar o nosso rendimento operacional. Essa agricultura antiga, podemos dizer, um tanto quanto rudimentar, onde a soja era uma curiosidade, com pouco investimento em pesquisa, baixo investimento em fertilizante, baixo grau de instrução por conta das pessoas que trabalham lá tinha baixo rendimento também”.
 
Ela afirma que o modelo seguido pelo Grupo Bom Futuro, de produção de duas safras por ano, tem funcionado, mas a produção está estagnada e novas tecnologias são necessárias para que a prdução aumente.
 
“Esse modelo está dando certo e pode dar certo por muito tempo. Mas eu tenho que lembrar que o meu gestor quer continuar produzindo, trabalhando.  Mas a gente observa que a produção está estagnada. Para produzirmos 60 sacas, tudo tem que estar perfeitinho. Plantar na hora certa, semente hidratada, trator reguladinho e chuva. Nós somos dependentes de muita coisa”.


 
Em decorrência disso, Cristiane afirmou que agora estão focados na agricultura regenerativa, uma tecnologia que porporciona uma melhor saúde do solo. As pesquisas têm caminhado no sentido de utilizar bactérias, fungos ou outros artifícios biológicos para combater as pragas causando um menor impacto ambiental.
 
“Estamos buscando maneiras para que eu possa manejar meu solo para que ele fique equilibrado e que eu consiga mitigar todos os estresses. Estresse nutricional. Tem microrganismo que tem efeito nutricional, por incrível que pareça. O feito hídrico, que tem bactérias que tratam. O gene que confere resistência à seca tem na bactéria. O estresse térmico. A partir do momento que você tem um solo saudável, ele não compacta, não fica duro, fica poroso. Se ele fica um solo poroso, eu tenho um melhor ambiente com um melhor desenvolvimento de raiz. Essa planta consegue buscar água em profundidade”, explicou.
 
Ela explica que, no nível tecnológico atua destas técnicas, ainda é necessário o uso de defensivos químicos, mas com as variações do mercado, como por exemplo o aumento do preço de fertilizantes minerais, o uso destas novas tecnologias tem se tornado cada vez mais importante.
 
“O modelo que nós usamos na Bom Futuro, ainda é um modelo de integração. Nós plantamos essa sementinha do biológico dentro da Bom Futuro tem um ano, começamos por fungos, agora estamos com as bactérias e, depois, com o passar do tempo, nós vamos fazer com vírus, porque é um cenário que a gente vê que é muito favorável dentro do nosso Estado”.
 
Cristiante citou o uso de um fungo que faz com que o espaçamento do uso de defensivos químicos seja de 20 dias, enquanto normalmente é de apenas três. Além disso, a engenheira explicou que o uso deste tipo de tecnologia é muito mais controlado, portanto, mais seguro.
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