Diante dos altos valores dos principais insumos, os suinocultores mato-grossenses notaram prejuízos no primeiro trimestre de 2018. O preço da saca de 60kg de milho que chegou a R$30 e do farelo de soja a R$1127,00 (tonelada). Isso representa 70% e 20% respectivamente na composição da ração, que tem registrado alta durante várias semanas seguidas desde o início do ano, segundo informações da assessoria de imprensa.
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O setor também aponta que Operação Carne Fraca, em março de 2017 e o e embargo à carne suína imposto pelo Rússia, em Novembro 2017, derrubaram os preços da proteína no mercado interno.
"Antes de ser deflagrada a operação Carne Fraca o preço médio do quilo do suíno estava em torno de R$ 4,00, e no final do ano, logo após as restrições da Rússia esse preço despencou chegou ao preço de R$ 2,55, praticado em março deste ano", ressalta o diretor-executivo da Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat), Custódio Rodrigues.
Com o alto custo de produção e baixo valor nas vendas as contas não fecham. Na primeira semana de abril, por exemplo, o quilo do suíno atingiu valor de R$2,53. No entanto, para pagar os custos de produção o valor precisa chegar ao mínimo de R$3,30. "O suinocultor trabalha hoje com um prejuízo em média de R$ 70,00 por animal de 100 quilos vendido. Muitos produtores só não abandonaram a atividade ainda graças a suspensão do preço de pauta e a diminuição do ICMS de 12% para 6%" explica Custódio.
Em Mato Grosso, a tonelada do farelo de soja aumentou em torno de 12% e o preço do milho também registrou alta de aproximadamente 5%. "Solicitamos ao Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa) junto com a Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), que o ministério aumente de 10 para 17 toneladas o limite de cada produtor para comprar nos estoques da Conab o milho de balcão. Uma forma de atender principalmente criadores de pequeno porte", explica Custódio.
"Os preços caíram também em função da Rússia, que fechou as portas e não importou nada este ano, resultando em uma queda de 30% nas exportações brasileiras. A quaresma tradicionalmente puxa os preços para baixo, pois já é de conhecimento nosso que o consumo diminui", conclui o diretor executivo.