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Terça-feira, 16 de abril de 2024

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Descentralização

Crise, preço e mudança do comércio para os bairros multiplicam placas de "aluga-se" pelo Centro; entenda

Foto: Rogério Florentino Pereira/Olhar Direto

Crise, preço e mudança do comércio para os bairros multiplicam placas de
“Aluga-se”. Em letras garrafais anúncios do tipo se multiplicam em dezenas de placas espalhadas por imóveis na região central de Cuiabá, sobretudo nas Avenidas Getúlio Vargas e Isaac Póvoas. Afora questões de urbanismo e ocupação, o cenário é composto pela traumática equação de três fatores: crise econômica, altos preços de aluguel e novos comportamentos de mercado. Por este último é possível compreender o fenômeno pela própria dinâmica das cidades de grande e médio porte, que, como a Capital, experimentam um momento de descentralização do comércio e serviços.

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Rumo a regiões como o CPA, Tijucal e Coxipó, majoritariamente residenciais até alguns anos, empreendimentos diversos buscam alcançar seus nichos reduzindo gastos com locação e melhorando os acessos, com salas e escritórios mais espaçosos.  O aumento no volume de ofertas decorre ainda dos altos preços, que seguiram por anos em patamares elevados. Assim, mesmo diante de um cenário de recessão, muitos proprietários optaram por manter os imóveis fechados ao invés de alugar menos do que o considerado justo por eles.
Imóveis desocupados na Avenida Getúlio Vargas - Foto: Rogério Florentino
É o que explica o presidente do Sindicato das Empresas de Compra, Venda e Locação de Imóveis (Secovi-MT), Marco Pessoz. De acordo com ele, ao longo de 2016 e 2017 o valor das locações comerciais despencou cerca de 30% em toda cidade, mesmo diante da resitência de alguns locatários em baixar os preços. “Dependendo de qual ramo você vai empreender, somando encargos, funcionários, insumos e aluguel, a conta não bate. Por isso muita gente começou a procurar imóveis mais baratos. E isso não é só na região central. No shopping, por exemplo você percebe que muitas lojas fecharam as portas”, diz.

Ao Agro Olhar, Pessoz destacou que a migração de algumas empresas para regiões como a do CPA e Coxipó também sinaliza uma aproximação da marca com o público, que não precisa, necessariamente, atravessar a cidade para poder consumir esses produtos e serviços. A mudança de comportamento, contudo, não representa motivo de desespero para os proprietários de imóveis, já que algumas melhoras na economia começam a ser notadas.

“Alguns setores sofreram mais que outros, mas todos acabaram atingidos de alguma forma. Agora estamos começando a superar esse período. A economia deve crescer de 2% a 3% este ano e há uma queda considerável nas taxas de juros. Então acredito que se olharmos para esta mesma região no mês de novembro, vamos encontrar um cenário muito melhor”, afirma o presidente.
Ofertas se multiplicam do início ao fim da Avenida Getúlio Vargas.
No centro, o aluguel de salões comerciais no térreo podem variar entre R$5 a R$ 25 mil, a depender do tamanho do espaço e localização. Para salas comerciais médias em prédios, utilizadas normalmente para escritórios de profissionais liberais, a quantia cai para médias entre R$ 1100 e R$ 1600, fora  as taxas de condomínio. O Secovi reforça contudo, que, estes números estão condicionados às variáveis já citadas e que incluem cotações feitas pelos próprios donos. 
 
Fatores como a falta de estacionamentos na região central e características próprias de cada imóvel também devem ser consideras. Assim, além do tamanho e localidade, o acabamento também entra na conta do valor do aluguel. “Depende também da atividade. Se você abre uma loja de altíssimo padrão no centro e não tem lugar pra estacionar, perde o cliente. Esse é um dos fatores na hora de colocar preço", finaliza Marco.
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