Uma
pesquisa realizada por estudantes de uma universidade particular de Brasília demonstrou que o pavimento utilizado em alguns trechos da BR-163, conhecida como Cuiabá-Santarém, tem vida útil muito menor do que o previsto nos projetos elaborados pelo Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (DNIT).
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Os estudantes de engenharia civil Talita Carvalho Costa e Kaio César Arnaud Deon mediram a deformação do pavimento sob a atuação de uma carga ou de um esforço e constataram que nos trechos em que o projeto previa 2 anos de vida útil o asfalto resistiria apenas 4 meses.
Em outra região, onde o projeto determinava que o asfalto duraria até 10 anos (com duas aplicações periódicas) a vida útil prevista foi de 6 meses, ou seja, apenas 5,5% do que foi indicado pelo DNIT. Toda a análise foi feita apenas no lote 0.1 da rodovia, que compreende trecho com uma extensão de 102,30 Km na limítrofe entre o estado do Pará e Mato Grosso.
A pesquisa também aponta que em alguns trechos o pavimento já apresenta trincas interiores, principalmente porque a espessura do asfalto aplicado é de 8 centímetros. Segundo os estudantes, que foram orientados pelo professor Diêgo de Almeida Pereira, o método empírico utilizado pelo DNIT para realizar a pavimentação não é suficiente para alcançar o tempo de vida útil previsto.
“Isso tem como consequências pavimentos que não atendem as expectativas, resultando em processos de degradações de forma acelerada, fazendo com que necessite de intervenções antes de tempo pré-determinado.”, afirma trecho da pesquisa. O trabalho foi apresentado no 8º Congresso Luso-Moçambicano de Engenharia.
Conforme os estudantes, a principal dificuldade estrutural em relação a rodovia é referente a característica das pistas da BR-163, que funciona como um corredor logístico importante para a região. A estrada é o principal caminho para os produtos agrícolas e agropecuários de Mato Grosso e do Pará, o que faz com que o tráfego seja elevado.