A produção de etanol através do milho está sendo vista como uma alternativa para o cereal. Segundo dados da Companhia Nacional do Abastecimento (Conab), o Brasil deve produzir 93 milhões de toneladas de milho, das quais 28 milhões devem ser provenientes de Mato Grosso. Conforme o ministro da Agricultura e Pecuária, Blairo Maggi, durante o Fórum Mais Milho, realizado no Paraná na última quinta-feira, 1º de junho, “Não há onde vender o milho que está sobrando aqui. Então, temos que criar alternativa para usá-lo”.
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De acordo com os últimos dados divulgados pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) no mês de maio, Mato Grosso deverá na segunda safra colher 28,099 milhões de toneladas de milho na safra 2016/2017. O volume é 47,13% superior as 19,097 milhões colhidas no ciclo passado.
Hoje, em Mato Grosso existem em torno de 10 usinas que produzem etanol de cana-de-açúcar. Destas três aderiram à modalidade "flex", onde através de adequações realizadas e tecnologias implementadas possibilitou-se, também, o uso de milho para a produção do combustível.
E, no mês de julho será inaugurada a primeira planta de fabricação apenas do produto através do cereal em Lucas do Rio Verde, por meio da empresa Summit Agricultural Group, idealizada pela Fiagril & Summit (F&S Agrisolutions) com R$ 400 milhões em investimentos.
Durante palestra no Fórum Mais Milho, na cidade de Castro, no Paraná, nesta quinta-feira, 1º de junho, o ministro Blairo Maggi defendeu que o Brasil precisa começar a fabricar etanol em escala a partir do milho.
Maggi destacou, ainda, que “Precisamos buscar alternativas para essa cultura. No Centro-Oeste, grande produtor do grão do país, os produtores estão avaliando a possibilidade de ter um programa de etanol produzido com milho”.
O ministro assinalou ainda que o Brasil precisa buscar formas de potencializar o aproveitamento da produção do cereal e salientou que "Não há como fazer agricultura, principalmente no Centro-Oeste e no Paraná, sem o milho".
“Não há onde vender o milho que está sobrando aqui. Então, temos que criar alternativa para usá-lo. Os Estados Unidos se transformarem, em poucos anos, no maior produtor do etanol a partir do milho, fazendo frente ao Brasil, que fabrica o produto a partir de cana-de-açúcar”, disse Maggi citando os Estados Unidos como exemplo.
Maggi afirmou ainda no Fórum Mais Milho que os produtores não devem ter medo de defender o uso do cereal para fabricar etanol. "Não vamos concorrer com alimentos de forma nenhuma. É uma riqueza que o Brasil tem e precisa estimular sua utilização".