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Terça-feira, 03 de dezembro de 2024

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CARNE FRACA

Cuiabano não deixou de comer carne diante operação da PF, afirmam churrascarias

Foto: Rogério Florentino Pereira/Olhar Direto

Cuiabano não deixou de comer carne diante operação da PF, afirmam churrascarias
O movimento nas churrascarias de Cuiabá segue normalmente, mesmo diante da operação da Polícia Federal “Carne Fraca” ter provocado reações adversas, em alguns casos até “revolta”, nos brasileiros. Apesar de algumas empresas terem plantas frigoríficas em Mato Grosso, nenhuma investigação tem ligação com o Estado.  Até o momento, apenas a China comunicou ao Governo Federal o “embargo” de proteína animal brasileira.

 
Churrascarias ouvidas pelo Agro Olhar revelaram que o movimento desde sexta-feira, 17 de março, quando a operação da Polícia Federal estourou em sete estados (São Paulo, Distrito Federal, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Goiás), segue normalmente.

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Detentor do maior rebanho bovino do país, com 30 milhões de cabeças de gado, e com status livre de peste suína clássica conquistado, Mato Grosso não teve nenhum empresa citada nas investigações da Polícia Federal.
 
O sócio-proprietário da Churrascaria Boi Grill, Fernando Nonato, comenta que não houve nenhuma alteração no fluxo de clientes no estabelecimento desde sexta-feira, 17. Na avaliação dele, mesmo Mato Grosso não ter envolvimento nenhum na situação, “é até injusto o Estado ser prejudicado por algo que não ocorreu aqui”.
 
Nonato revela que na Churrascaria Boi Grill as carnes são in natura (fresca), ou seja, não são congeladas. “Nós pessoalmente vamos a frigoríficos ver como é o abate e em nenhum aqui em Mato Grosso vi o que a Polícia Federal diz ter encontrado nos Estados sob investigação”.
 
O movimento também segue normal na Churrascaria Zebu, de acordo com o gerente Décio Salva. “O que tem impactado no setor é a situação econômica do mato-grossense”, diz.
 
Ganhos para Mato Grosso
 
Apesar de se falar em prejuízos para Mato Grosso com a operação da Polícia Federal “Carne Fraca”, Fernando Nonato vê que o Estado pode ter ganhos. “Os países que suspenderam a importação de carne dos estabelecimentos investigados terão de comprar de outro lugar. Além disso, os frigoríficos pequenos de Mato Grosso podem ter uma maior valorização”.
 
A União Europeia, a Coreia do Sul, a China e o Chile foram os primeiros a anunciarem nesta segunda-feira, 20 de março, restrições à carne brasileira após a operação da Polícia Federal.
 
A China, inclusive, foi o primeiro país a ter seu "embargo" confirmado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Segundo a pasta do Governo Federal, a China afirma que não desembarcará as carnes importadas do Brasil, que se encontram em seus portos, até que receba esclarecimentos quanto a situação. Uma videoconferência está agendada para esta noite entre o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, e autoridades chinesas para esclarecimentos.
 
Até o presente momento, sabe-se que a União Europeia pediu ao Brasil a suspensão a exportação de empresas envolvidas. Já a Coreia do Sul baniu a aquisição de frangos da BRF e o Chile suspendeu temporariamente a importação da carne bovina.
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) publicou no Diário Oficial da União, que circula nesta segunda-feira, 20 de março, a exoneração dos superintendentes de Agricultura do Paraná e de Goiás, além da dispensa dos 33 servidores envolvidos de funções gratificadas (clique aqui).
 
No total, o País tem 4.837 unidades de produção animal, das quais 21 estão sob suspeita.
 
O Governo Federal irá acelerar as auditorias nos 21 frigoríficos citados na operação "Carne Fraca". Destes três foram interditados na sexta-feira, 17, pelo Ministério da Agricultura. As plantas interditadas tratam-se da BRF, unidade de frango, em Mineiros (GO) e as duas unidades da Peccin Agro Industrial LTDA, localizadas Jaguará do Sul (SC) e Curitiba (PR), com produção de salsicha e mortadela.
 
Conforme o Ministério da Agricultura, as demais 18 empresas entrarão em regime especial de fiscalização, de onde a mercadoria só saíra com a presença de um fiscal da pasta.
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