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Quinta-feira, 28 de março de 2024

Notícias | Agricultura Familiar

na baixada cuiabana

Falta de linha de crédito trava crescimento da produção de alimentos orgânicos em Mato Grosso

Foto: Rogério Florentino Pereira/Olhar Direto

Horta Terra Estrela

Horta Terra Estrela

A ausência de linhas de crédito voltada para a produção de alimentos orgânicos trava a atividade em Mato Grosso. O Estado é responsável por um quarto das unidades produtivas de tais alimentos na região Centro-Oeste.  Conforme produtores, outro ponto que impede a atividade é a falta de capacitação.
 
O Brasil em 2016 registrou faturamento de R$ 3 bilhões no setor de orgânicos, de acordo com o presidente do Conselho Nacional de Produção Orgânica e Sustentável (Organis), Ming Liu. O volume, diz ele, é superior aos R$ 2,5 bilhões de 2015. O Brasil é conhecido, principalmente, pelas cadeias de produtos do açúcar, castanhas, óleos, frutas e mel.
 
Dados da Organis revelam que em Mato Grosso existem 133 Unidades de Produção Orgânica. Ao todo no Centro-Oeste são 524 Unidades.

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No Assentamento Agroara (Horta Agroara), situado na região de Poconé, dos cerca de 10 hectares produzidos por famílias de pequenos produtores apenas três hectares são destinados para o cultivo de produtos orgânicos, como verduras e tomate. A área com orgânicos está sob a responsabilidade de seis famílias, que possuem selo de produção. Moises dos Santos é um dos produtores de orgânicos e, segundo ele, um dos fatores que gera dificuldade na atividade e, principalmente, para o seu crescimento é a questão financeira.

 Toda sexta-feira na UFMT é realizada a Ecofeira com produtos da Horta Agroara. (Foto: Viviane Petroli/Agro Olhar)

“Investimento faz gerar investimento/rentabilidade. Se nós tivéssemos o apoio de alguma linha de crédito eu poderia investir melhor em técnicas de produção”, pontua Moises ao Agro Olhar.
 
Outro ponto que impede o crescimento da produção de alimentos orgânicos é a falta de capacitação. O agrônomo e proprietário da horta Terra Estrela, Egon Nord, comenta que “há capacitações aos poucos surgindo por parte de ONGs, associações e trabalhos isolados”.
 
Há quatro anos produzindo alimentos orgânicos em Várzea Grande, sendo dois com selo, Egon Nord comenta que no comparativo com uma horta convencional, na orgânica o que encarece o custo de produção é a mão de obra.
 
Comercialização
 
A comercialização dos produtos orgânicos dos produtores na região da Baixada Cuiabana é realizada em feiras, restaurantes, supermercados e até mesmo por meio de assinatura.
 
Os produtos da Horta Terra Estrela, segundo Egon Nord, são comercializados no próprio local de produção e em um supermercado da Capital.
 
Já os produtos da Horta Agroara, conforme Moises dos Santos, em restaurantes da Baixada Cuiabana, na Ecofeira que ocorre toda sexta-feira na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), por meio de um programa da Faculdade de Agronomia, e também através da Sociedade Orgânica, um site de assinatura de produtos orgânicos que surgiu há cerca de um ano pelas mãos dos sócios Alexandre Bernd e Rock Hans.

 Alexandre Bernd e Rock Hans criaram o site de assinatura de orgânicos Sociedade Orgânica. (Foto: Rogério Florentino Pereira/Olhar Direto)

Alexandre Bernd explica que o site de assinatura Sociedade Orgânica surgiu diante a dificuldade em se encontrar produtos orgânicos para comprar em Cuiabá. Ele e Rock Hans comentam que as entregas ocorrem em Cuiabá e Várzea Grande e os produtos enviados variam conforme a produção.
 
Os donos do site Sociedade Orgânica revelam que o número de novas assinaturas crescem entre 8% e 10% ao mês. “Essa busca pelo orgânico tem aumentado devido a procura de algo saudável”.
 
Produtos à base de orgânicos
 
Há aproximadamente seis meses Luiz Rodrigues e a esposa Márcia Rodrigues começaram a trabalhar com vendas de pães e bolos orgânicos. Eles são proprietários da Dile Confeitaria. Luiz comenta que iniciaram a produzir pães e bolos orgânicos diante incentivo da filha Wanessa.
 
“A cada dia surgem pessoas querendo os produtos. As pessoas estão mudando seus hábitos alimentares, conforme surgem novas informações”, comenta Luiz. O pão comum orgânico custa R$ 15.   

Luiz Rodrigues revela que ideia da produção de pães e bolos com produtos orgânicos partiu da filha Wanessa. (Foto: Viviane Petroli/Agro Olhar)
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