O setor de Serviços foi responsável por 61,6% do Produto Interno Bruto (PIB) em Mato Grosso no ano de 2014. O segmento econômico puxa as contas regionais, de acordo com especialistas, diante os gastos do poder público com atividades como o comércio. A agropecuária vem em segundo com 21%. A indústria detém uma fatia de 17,4%.

Mato Grosso encerrou 2014 com um PIB de R$ 101,235 bilhões. O montante é 105,6% superior ao verificado em 2002, de acordo com as Contas Regionais 2014 divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa de crescimento mato-grossense é uma das maiores verificadas entre 2002 e 2014, juntamente com Tocantins (113%), Piauí (86,4%), Amapá (86,3%) e Rondônia (85,2%). O volume registrado por Mato Grosso equivale a 1,8% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil de R$ 5,78 trilhões em 2014.

As Contas Regionais referentes a 2014, apresentadas pelo IBGE, revelam um PIB Per Capita de R$ 31.396,81 para Mato Grosso.

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Os dados do IBGE (confira aqui) revelam, ao esmiuçar o levantamento, que a atividade do “comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas” é responsável por 18,7% do PIB mato-grossense. O segmento está dentro da categoria de “Serviços”. Já a “agricultura” vem em seguida com 17,2% do volume das contas regionais de 2014, enquanto o “serviço público” em terceiro com 16,1%.

“O setor de Serviço, ao qual comércio está incluso, ganha da Agropecuária em decorrência aos gastos que o governo possui com ele, ou seja, o abastecimento de veículos oficiais e manutenção de ar condicionado dos órgãos públicos, por exemplo, são serviços prestados por tais atividades. O poder público não gasta com a agropecuária”, explica o economista Vitor Galesso.

De acordo com o especialista, o agronegócio “declara” liderar o PIB visto “ele ter o poder econômico. E, hoje o agronegócio é o braço forte do Governo do Estado diante a presença do vice-governador e alguns secretários”.

Ao se comparar com 2015, “Serviços” apresentou um crescimento de 58,9% para 61,6% na participação do PIB de Mato Grosso. Galesso explica, também, que o fator Copa do Mundo de 2014 foi influenciador para tal categoria, principalmente diante os gastos com obras por parte do Governo do Estado.

“Em 2015 e 2016 veremos o PIB apresentar recuo em Mato Grosso devido à questão político-econômica. No ano de 2014 tivemos altos gastos, principalmente por parte do governo, devido ao mundial de futebol realizado no Brasil. Com certeza o PIB irá recuar diante a diminuição dos gastos públicos”, salientou ao Agro Olhar.

Panorama da economia

A economia, tanto brasileira como mato-grossense, mesmo diante mudanças que vêm sendo realizadas nas esferas federal e estadual, não está apresentando sinais de melhora, segundo o economista Vitor Galesso. “Você vê os gastos do governo diminuindo, bem como os investimentos do setor privado. Além disse, o atraso de salários do funcionalismo público, como vemos ocorrer em alguns Estados, traz insegurança até mesmo para investidores estrangeiros”.

Questionado sobre recuperação da economia em 2017, Galesso afirma que o próximo ano ainda possui um panorama de incertezas e que a população deverá seguir com cautela. “A perspectiva é que aumento da economia a partir do segundo semestre de 2017”.