Adaptável ao clima de tropical, a raça Senepol vem ganhando espaço em meio às pastagens mato-grossenses. O Estado é o terceiro maior produtor de Senepol do Brasil com um rebanho de aproximadamente 6 mil cabeças. A raça de origem caribenha é encaminhada ao abate de oito meses a um ano mais cedo em relação ao Nelore.
No Brasil a raça Senepol foi introduzida em meados de 2000 e hoje conta com um rebanho de aproximadamente 45 mil cabeças, de acordo com dados da Associação Brasileira dos Criadores de Bovinos Senepol (ABCB Senepol), e em torno de 350 criadores.
A maior parte do rebanho Senepol está em Minas Gerais, com cerca de 13,2 mil cabeças, seguido do Mato Grosso do Sul com 6,6 mil cabeças e Mato Grosso com 6 mil exemplares.
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Em 2004, Jorge Basílio, da Senepol Coroados, em Juína, começou a criar a raça por meio de cruzamento artificial. Ele releva ter realizado trabalhos de cruzamento por três anos e que o resultado foi satisfatório. “Tivemos um animal padronizado, manso e que desmamou pesado. Além disso, levamos para o abate um animal mais novo com dois anos e quatro meses com 17 arrobas”, revela o pecuarista, que em 2007 passou a criar Senepol P.O., após a compra de doadoras em São Paulo.
De acordo com o “Sumário de Touros: Senepol”, edição 2015, 80% da reprodução da raça é artificial. O estudo aponta ainda que uma fêmea bem ranqueada pode custar R$ 34 mil, enquanto um reprodutor R$ 14,5 mil aproximadamente. O sumério é elaborado através de uma parceria da Embrapa Gado de Corte (MS) com o Programa Geneplus, o Núcleo Brasileiro de Melhoramento do Senepol e da Associação Brasileira dos Criadores de Bovinos Senepol (ABCB Senepol).
Diferença da raça
Uma das diferenças do Senepol para as demais raças, como a Angus, por exemplo, é a sua adaptação ao clima tropical brasileiro, visto ser uma raça do Caribe. “Você pode soltar o animal e fazer monta natural, além do cruzamento industrial, e agregar valor, porque os bezerros desmamam pesados”, comenta o pecuarista Jorge Basílio.
Outras diferenças, em especial no comparativo com o Nelore, é o tempo para emprenhamento e abate. O produtor de Juína revela que as fêmeas são “muito” reprodutivas e que entram na fase de reprodução com 14 meses.
“No caso do abate você pode levar o animal às vezes com o mesmo do Nelore, entretanto o tempo é a grande diferença nesse aspecto, pois o Senepol você envia para o abate entre oito meses e um ano mais cedo que o Nelore. A carne do Senepol é tão macia quanto a do Angus”, comenta Jorge Basílio.