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Quinta-feira, 25 de abril de 2024

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AUDIÊNCIA PÚBLICA

Pesquisador afirma que é preciso restaurar florestas e não apenas zerar o desmatamento em Mato Grosso

Foto: Ronaldo Mazza/ALMT

Pesquisador afirma que é preciso restaurar florestas e não apenas zerar o desmatamento em Mato Grosso
A restauração das florestas em Mato Grosso é um ponto a ser trabalhado no Estado e não somente o fim do desmatamento. A colocação, em tom de alerta, é do pesquisador Antônio Nobre, do Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (Inpe) e do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa). Segundo o especialista, o discurso de que é preciso desmatar para produzir não procede.

O alerta do pesquisador Antônio Nobre, quanto à urgência em zerar o desmatamento em Mato Grosso e restaurar as florestas, foi feito durante a audiência pública ‘O futuro de Mato Grosso livre de desmatamento’, realizada nesta terça-feira, 14 de junho, na Assembleia Legislativa de Mato Grosso.

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Autor do estudo "O futuro climático da Amazônia", Antônio Nobre ressaltou que se não houve esforços urgentes para zerar o desmatamento a produção também será cada vez mais prejudicada. Conforme dados do Inpe, entre 2004 e 2012 houve em Mato Grosso uma redução de 93% no desmatamento e incremento de 60% na produção, mostrando que o discurso de que é preciso desmatar para produzir não procede.

“O desmatamento não interessa a ninguém. A remoção das florestas, ameaçando as chuvas e o clima, não derrotaria somente a competitiva agricultura; falta (ou excesso) de água afeta a produção de energia, as indústrias, o abastecimento das populações e a vida nas cidades”, pontuou Antônio Nobre.

A audiência pública ‘O futuro de Mato Grosso livre de desmatamento’ celebrou os 25 anos do Instituto Centro Vida (ICV) e foi conduzida pela Assembleia Legislativa de Mato Grosso.

De acordo com o analista sênior do ICV, Sérgio Guimarães, “A produção agrícola para ser bem sucedida depende de inúmeros fatores, como insumos e clima propício. Podemos recompor insumos, mas não temos como produzir chuvas. Esse papel cabe as florestas, por isso a importância não só de preservar a floresta que ainda está em pé, mas de recuperar o que foi desmatado e degradado”.

A audiência pública foi requerida pelo deputado estadual Wilson Santos. Durante o evento ele afirmou ser possível promover em Mato Grosso o desmatamento zero, porém é preciso mais rigor no combate por parte dos órgãos e instituições ligados ao meio ambiente.

O parlamentar defendeu ainda a inserção dos 20 milhões de hectares de áreas degradadas em Mato Grosso ao sistema produtivo. “São áreas devastadas pela pecuária, mineração, enfim, que podem ser incorporadas com um modo de operação diferenciado para aproveitamento e preservação. Temos que pensar nisso, pois o mercado tem exigido consumidores exigentes”, salientou o líder do governo na Assembleia.
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