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Sexta-feira, 19 de abril de 2024

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Agronegócio revela preocupação na Câmara Federal quanto à “corte” no Plano Safra

Foto: Luis Macedo - Câmara dos Deputados

Agronegócio revela preocupação na Câmara Federal quanto à “corte” no Plano Safra
O setor produtivo mato-grossense e brasileiro está preocupado quanto a um possível corte de orçamento do Plano Safra 2015/2016. O receio é decorrente aos cortes orçamentários que o governo federal vem "fazendo" desde o ano passado em uma tentativa de amenizar os cofres públicos diante a crise econômica e política pela qual o país passa. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) já sinaliza para mudanças.

O Plano Safra deverá ser anunciado em junho pelo governo federal. O receio dos produtores foi destacado por representantes de entidades de Mato Grosso durante o Seminário Preparatório para o Plano Safra 2016/2017, na Câmara Federal, em Brasília (DF), na última sexta-feira, 04 de março.

As entidades argumentaram, no seminário na Câmara Federal, que a preocupação com uma possível redução do Plano Safra é decorrente ao aumento do custo de produção das principais commodities agrícolas brasileira, principalmente devido a alta do dólar e da retração do mercado chinês que reduziu as compras.

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Em Mato Grosso, por exemplo, segundo dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), em seu Boletim da Soja, divulgado na última semana, o custo de produção da soja para a safra 2016/2017 está cotado em R$ 3.389,18, volume superior aos R$ 2.958,37 médios do ciclo 2015/2016 e dos R$ 2.468,39 da safra 2014/2015.

Segundo a Agência Câmara Notícias, o superintendente do Imea, Daniel Latorraca, destacou no seminário que nos últimos cinco anos o custo de produção da soja em Mato Grosso elevou-se em 70%. Ele ainda salientou que há uma defasagem entre custo de produção no Estado e os preços mínimos praticados pelo governo federal, através da Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM).

Na soja, exemplificou o superintendente do Imea, enquanto o custo de produção estimado para 2016 é de R$ 52,90 por saca, o preço mínimo estipulado pelo governo federal está em R$ 26,38.

O diretor executivo da Associação Mato-grossense de Produtores de Algodão (Ampa), Décio Tocantins, ressaltou o paoio oferecido pelos governos aos produtores rurais em todo o mundo. "“O mundo hoje dá proteção de US$ 10 bilhões ao algodão. Nossos principais concorrentes continuam protegendo seus agricultores. A China participa com US$ 8,22 bilhões para proteger seus produtores. O Brasil participa com cerca de US$ 100 milhões em apoio”, disse Tocantins.

Presente no seminário, o coordenador-geral de Frutas, Floresta e café da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Eduardo Sampaio, ressaltou que o Brasil há mais de 15 anos conta com um conjunto de instrumentos de apoio aos agricultores, como créditos subsidiados à produção, bem como à comercialização, seguro rural e o PGPM.

Apesar disso, Eduardo Sampaio reconheceu que o Plano Safra 2016/2017 virá com restrições e que será preciso estabelecer prioridades.

“É uma safra que vai ter uma forte restrição de recursos. Nós vamos direcionar para custeio e esquecer investimento? Ou vamos focar em comercialização?”, pontuou o coordenador da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, de acordo com a Agência Câmara Notícias. Eduardo Sampaio destacou ainda que haverá mudanças nas ações do governo no sentido de priorizar a equalização dos preços de vendas em vez de compra de estoques.
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